“Não nos podem calar a todos. É tempo de mostrar o nosso apoio e exigir a todos os que têm poder que tomem passos concretos que contribuam para a libertação imediata dos nossos irmãos”.
Este é o apelo que está a circular nas redes sociais e que quer denunciar o estado de saúde do activista angolano Nuno Dala, professor universitário de 31 anos, em greve de fome há mais de um mês.
O estado clínico do activista agravou-se nos últimos dias, com diagnóstico médico de paludismo e perturbações num dos pulmões. Nuno Dala, um dos 17 presos políticos condenado a 4 anos e seis meses de prisão, protesta contra o sistema judiciário angolano por alegadamente lhe ter confiscado bens no dia da detenção, a 20 de Julho do ano passado.
“Juntos pelas vítimas do Regime Angolano” dá nome ao evento que tem agendada para amanhã, 13 de Abril, uma concentração no Largo Jean Monet em Lisboa. Na página das redes sociais pode ler-se “enquanto esperamos por uma resposta célere ao recurso interposto no Tribunal Supremo, a situação dos presos políticos inspira apreensão”.
Segundo a comunidade Liberdade aos Activistas Presos em Angola (LAPA), Nuno Dala mantém o protesto por lhe terem sido retirados exames de saúde, cartões multibanco, livros, cadernos, roupa, calçado, um computador e 38 mil kwanzas (cerca de 200 euros).
“Estes cartões permitiriam à sua família acesso ao dinheiro que necessitam para ultrapassar as dificuldades financeiras que estão a viver”, escreve a organização do evento ao adiantar que a mulher e a filha, uma irmã de 29 anos e um irmão de 11 dependem financeiramente do professor universitário.
“A renda da casa onde todos vivem está por pagar e a mulher teve que se mudar para casa dos pais. Nuno Dala é diabético, o seu estado de saúde a esta altura é obviamente crítico e, se não tiver um acompanhamento adequado e urgente, este processo poderá tornar-se ainda mais trágico”, acrescenta ao referir-se ainda a Nito Alves, outro dos activistas, que também está em “condição física debilitada”.
Recorde-se que os 17 activistas angolanos foram condenados a 29 de Março pelos crimes de “actos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores”, com penas que variam entre dois a oito anos de prisão. A defesa pediu a absolvição dos réus e recorreu da sentença do juiz Januário Domingos José.
Segundo várias organizações de direitos humanos, o processo foi marcado por “irregularidades e atropelos à lei” e todos os activistas foram “condenados injustamente” por terem promovido e participado em sessões de leitura e debates sobre formas pacíficas de intervenção cívica.
Por fim, a LAPA “exige que as autoridades angolanas ponham termo ao desumano atentado contra o Estado de direito” e deixa o convite para todos aqueles que primam pelo respeito dos direitos humanos mostrem a sua solidariedade esta quarta-feira, pelas 18 horas, em Lisboa.
Pode aderir ao evento na página do Facebook que convida à participação
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“Juntos pelas vítimas do Regime Angolano” dá nome ao evento que tem agendado para amanhã, 13 de Abril, pelas 18 horas, uma concentração no Largo Jean Monet, em Lisboa.