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Sexta-feira, Dezembro 20, 2024

Oeiras longe de ser uma ilha de bem-estar…

Rogério V. Pereira
Rogério V. Pereira
Estudou Engenharia Química no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa. Começou a trabalhar como Técnico de Organização Industrial e terminou no topo da carreira, como sénior manager, nas áreas da consultoria em organização e gestão.

Na imagem acima, no bairro Clemente Vicente, à esquerda, mostra a parte visível de uma rogériografia e à direita, mostra a forma como se sai e entra para dentro dela.
Não se conclua que um bairro possa ser comparado a um cérebro. A tese é tão só que a minha técnica de diagnóstico tem um vasto campo de aplicação. O bairro? Tem mais de 100 anos, fica localizado no Dafundo e cabe lá meio mundo. Exatamente não se sabe ao certo, mas feitos cálculos aos 240 fogos estima-se que aí habitem mais de 500 pessoas.

Mais de 500 pessoas temendo que a casa lhes caia em cima, mas sem terem para onde ir.

Na verdade, lugares não faltam. Oeiras foi, nos últimos anos, pasto de betão e a actividade especulativa levou à falência grande parte das firmas construtoras. A imagem ao lado é, apenas, um dos muitos exemplos. Um empreendimento (urbanização da Outurela), obra da construtora Pimenta e Rendeiro, há muito que jaz vazio, em consequência da insolvência da empresa.

Na foto, um grupo parece estar no centro de uma gigantesca maquete. Grotesco. Parece fácil encontrar uma solução para realojar as 250 famílias do Dafundo. Mas, para o enquadramento legal em vigor, tal é (parece ser) impensável.

E não se pense ser este um caso isolado. Existem outros, igualmente dramáticos. Diferem esses do facto de o risco não estar na queda de um tecto ou de um andar. É pior. É mais explosivo, pois resulta da existência de milhares de famílias a habitar em bairros sociais em casas sobrelotadas.

Oeiras é reconhecidamente um Município de grande dinâmica no domínio dos apoios sociais mas, quanto a nós, eles estão a passar ao lado de problemas reais, que tarde ou cedo farão ruir a ideia de que Oeiras é uma ilha de bem-estar.

Refiro-me à Comissão Coordenadora da Coligação Democrática Unitária-CDU que no passado dia 25 de Fevereiro percorreu cinco das dez freguesias do Município a fim de levantar os principais problemas com o objectivo de vir a orientar a elaboração dos seus programas eleitorais.

 

Regueira de Queijas… por vezes regueiro, outras vezes esgoto correndo a céu aberto…
… situações de degradação da estrutura, de que esta imagem é testemunha…
…e confirmou-se a péssima inserção urbanística do Centro de Saúde…
… quase em frente do Centro de Saúde, prédios ameaçam ruína…
…no Bairro Clemente Vicente, sem solução à vista…

As opiniões expressas nos artigos de Opinião apenas vinculam os respectivos autores.

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