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Sábado, Novembro 2, 2024

3 perguntas a… Mónica Bello

J. A. Nunes Carneiro, no Porto
J. A. Nunes Carneiro, no Porto
Consultor e Formador

A Vida Extraordinária do Português que Conquistou a Patagónia  | Temas e Debates

Mónica Bello
Nasceu em Lisboa, em Dezembro de 1957. Iniciou-se no jornalismo em 1988, n’O Independente, onde editou o «Caderno 3». Ganhou o Prémio de Jornalismo Fernando Pessoa/Mapfre com a reportagem «Nunca Mais» sobre a Alemanha. Foi durante uma viagem de trabalho ao Sul da América do Sul que encontrou «o português que conquistou a Patagónia».

 


Qual a ideia que esteve na origem deste seu livro «A Vida Extraordinária do Português que Conquistou a Patagónia»?

A ideia foi dar a conhecer a vida de um homem comum, um rapaz pobre do século XIX que, à semelhança de muitos outros, deixa Portugal à procura de uma vida melhor. À partida, ninguém diria que José Nogueira pudesse vir a ser mais do que um simples marinheiro, mas, na verdade, ele estava longe de ser um homem comum.

Como nasceu o seu interesse pela personalidade e pelos feitos de José Nogueira?

A primeira vez que me cruzei com o nome de José Nogueira foi na cidade chilena de Punta Arenas, durante uma viagem à Patagónia, uma reportagem para a revista mensal Grande Reportagem, onde eu então trabalhava. José Nogueira dava – e dá – nome a uma das ruas principais da cidade e a um hotel que fica num imponente palacete junto à praça de Armas. Pareceu-me que podia ser um nome português e despertou-me a curiosidade. Fiz umas perguntas, confirmei que era mesmo português e regressei a Lisboa com toda a informação que encontrei sobre ele. Não era muita, mas era suficiente para me deixar mais curiosa e com vontade de saber mais: Nogueira saíra de Portugal em meados do século XIX com 12 ou 13 anos, sozinho, grumete num navio, e oito anos depois desembarcara em Punta Arenas, então ainda uma miserável colónia penal na margem Norte do estreito de Magalhães, numa das regiões mais inóspitas, despovoadas e agrestes do planeta. Quando chegou era um simples marinheiro, analfabeto, quando morreu era o maior detentor privado de terras no Chile. Na altura também escrevi um artigo sobre ele na Grande Reportagem, mas pareceu-me sempre que a vida de José Nogueira merecia mais: um livro, talvez. Anos depois voltei a Punta Arenas para reunir mais informação, consultar arquivos e entrevistar uma série de pessoas. E, finalmente, escrevi o livro.

Podemos mesmo dizer que José Nogueira deixou uma marca na Patagónia e na sua história?

Podemos e corresponde à verdade. José Nogueira foi, sem dúvida, um dos pioneiros do desenvolvimento económico da Patagónia e da Terra do Fogo chilenas, onde deixou marca em terra, mas também nas águas do estreito de Magalhães e dos canais patagónicos. Ao contrário de outros pioneiros seus contemporâneos, Nogueira morreu cedo, aos 47 anos, e não deixou descendência. Talvez por isso, ao contrário de outros, o seu nome não tenha resistido ao tempo com o mesmo protagonismo. Depois da sua morte foram outros que desenvolveram e deram continuidade ao seu legado.

Mónica Bello

A Vida Extraordinária do Português que Conquistou a Patagónia

Temas e Debates. 17,70€


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