
No nosso caso, foi também o final de uma semana inesquecível, à beira do Bósforo, repleta de descobertas de todos os tipos e com a certeza da enorme força do cinema turco.
A Tulipa Dourada, o principal prémio do festival, atribuído à melhor produção internacional, foi entregue ao filme mexicano Un Monstruo De Mil Cabezas, de Rodrigo Plá, sobre os limites da luta da mulher contra o sistema burocrático mexicano.
Assim deliberou o júri presidido pela produtora polaca Ewa Puszczynka, atribuindo ainda o Prémio Especial do Júri, a Childhood of a Leader, na estreia do actor americano Brady Corbet, na realização de longas metragens, numa evocação dos momentos que antecederam o Tratado de Versalhes, no final da Primeira Guerra Mundial com Robert Pattinson e a banda sonora de Scott Walker.
Já a Tulipa referente à competição turca foi entregue a Dust Cloth, de Ahu Ozturk, seguindo a relação de duas mulheres de limpeza com as pessoas das casas onde trabalhavam, sendo que a actriz Asiye Dinçsoy acabou também por vencer o prémio de melhor interpretação feminina. O filme venceria ainda o prémio de melhor argumento.
Cold of Kalandar, de Mustafa Kara, foi o outro filme mais destacado da noite ganhando o prémio de realização, bem como a melhor interpretação masculina, para Haydar Sisman, a melhor fotografia, para o DF, Cevahir Sahin e Kursat Uresin e ainda a montagem (Mustafa Kara, Umut Sakallioglu e Ali Aga).
Por fim, a melhor banda sonora seria considerada a de The Field, pelo trabalho de Dogan Duru.
Foi ainda entregue o galardão de melhor documentário para Attention!, da dupla Onur Bakir e Panagiotis Charamis, sobre um candidato a uma pós graduação que pondera a alternativa de fazer serviço militar durante seis meses a ganhar o respectivo salário. The Others, sobre o convívio difícil entre kurdos, arménios e turcos, em redor do símbolo dos ancestrais gatos van, receberia uma menção honrosa.
As distinções nas diferentes secções relevaram a variedade de propostas do programa vastíssimo vertido entre as secções competitivas, internacional e nacional, sem esquecer a secção de Direitos Humanos, programa de curtas, as galas com alguns dos melhores filmes exibidos em outros festivais internacionais, para ver, por exemplo, Truman, Cesc Gay, El Clan, de Pablo Trapero ou High Rise, de Ben Wheatley, entre outros.
Por fim, a escolha do prémio FIPRESCI, atribuído pela crítica internacional, recaiu sobre All Of a Sudden, de Asli Ozge, sendo que o prémio para o filme nacional foi para Motherland, de Senem Tuzen.