Quinzenal
Director

Independente
João de Sousa

Sábado, Dezembro 21, 2024

A presença militar americana no mundo

Beatriz Lamas Oliveira
Beatriz Lamas Oliveira
Médica Especialista em Saúde Publica e Medicina Tropical. Editora na "Escrivaninha". Autora e ilustradora.

Os EUA dispõem de mais de 160 bases militares espalhadas por todo o mundo, constituindo uma sofisticada e subtil forma de ocupação. Através dessas bases, a administração americana pode interferir direta ou indiretamente nos sucessivos governos dos estados onde essas bases se espraiam. Se esses estados acolheram de sorriso rasgado ou com esgar de angústia esta presença, é uma questão a investigar.

Por exemplo a Base Aérea das Lajes, criada no fim da segunda guerra mundial, está ligada ao  controlo do Atlântico, onde os Yankies quiseram marcar pontos no cenário de redefinição das predominâncias político-militares no pós-guerra.

Todas as guerras são feitas para redefinir a propriedade dos vencedores que obviamente se apropriam das dos vencidos. E a História é escrita pelos vencedores que obrigam os vencidos a lhe darem a visibilidade conveniente.

Por exemplo a Base das Lajes permite o rápido acesso à Europa, à África e ao Médio Oriente, sendo uma porta giratória de interesses dos aliados, excluída a Rússia.

A Base é partilhada pela FAA_ Força Aérea Portuguesa e pelas Forças Aéreas Americanas que mantém um acordo com Portugal desde 1945 e que permanece até aos dias de hoje.

Para os EUA, esta presença militar pelo nosso planeta traz enormes benefícios financeiros, especialmente sob o sultanato de Trump, que exigiu de muitos estados, especialmente Japão, Coreia do Sul e Arábia Saudita, que pagassem mais por esta presença de botas e tanques.

As bases militares são construídas e mantidas com o subterfúgio da segurança dos países irmãos (ou dos países enteados). Trump pediu ao Japão que multiplicasse por quatro o volume de dólares que os nipónicos pagavam antes. Realizaram-se enormes manifestações nas cidades japonesas exigindo o fim da presença militar dos EUA na cidade de Okinawa.

Trump utilizou a mesma estratégia na  Coreia do Sul e também pediu aos amigos sauditas o dobro do “aluguer” pela proteção oferecida pelos EUA  a estes queridos amigos com quem dançou e a quem depois faz o favor de apagar os repetidos ataques aos direitos humanos dos seus cidadãos, bem como o assassínio de Khashoggi dentro da embaixada saudita na Turquia.

As administrações americanas sucessivas impingem ameaças infundadas à segurança de vários países para justificar sua ilegítima presença. A Coreia do Norte foi usada como o bicho mau dos países  asiáticos vizinhos, Japão e Coreia do Sul, para justificar a presença militar dos EUA nesses países.

A Rússia é colorida pelos órgãos de informação ocidentais como uma fonte de ameaça, dando a Washington a oportunidade de fazer crescer a NATO na Europa Oriental, nos países bálticos.

Os príncipes sauditas transformam a Arábia Saudita numa base usada por Washington e Israel para realizar ataques agressivos contra pessoas inocentes na Síria, Iraque e outros estados.

O cerco ao Irão vai-se enredando.

Conclusão

E assim vai o mundo, onde milhões de pessoas são enganadas pelos órgãos de comunicação social, os que dão notícias controladas e ao mesmo tempo fazem mais barulho em torno de assuntos periféricos, como por exemplo o futebol ou os crimes passionais.


Por opção do autor, este artigo respeita o AO90


Receba a nossa newsletter

Contorne o cinzentismo dominante subscrevendo a nossa Newsletter. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.

- Publicidade -

Outros artigos

- Publicidade -

Últimas notícias

Mais lidos

- Publicidade -