Os corvos, é sabido, são dos animais mais inteligentes do planeta e, pelo que as fotos abaixo mostram, sabem muito de políticas de alianças e de como disso tirar vantagens, são mestres da geopolítica e das relações assimétricas. La Fontaine tinha, na matéria, tudo errado.
La Fontaine escreveu algumas fábulas em que (certamente por ignorância ou ter sido induzido em erro) tratou mal o corvo. Veja-se a de “a raposa e o corvo”, em que a espertalhona bajula um ingénuo corvo para o levar a perder o controlo do seu activo (um queijo, no caso).
Como se o corvo fosse menos inteligente que a raposa. Ou fosse desprovido de capacidade de reacção e incapaz de recuperar o activo que lhe roubassem! Ele que, na realidade, até se diverte a bicar a cauda da raposa…
Não há nenhuma fábula de “a águia e o corvo”. Mas podia haver… De qualquer modo, a realidade ultrapassa a capacidade de ficção de qualquer La Fontaine, como vamos ver.
A águia tem uma potência que, obviamente, o corvo nunca alcançará. Mas, conhecendo-se a si mesmo e conhecendo o outro (aliado, neste caso), o corvo aplica a sua inteligência e tira proveito da potência da águia.
Na foto abaixo, o corvo demonstra ao aliado que, se quiser, pode incomodá-lo o suficiente para o perturbar em momentos-chave e que, portanto, é da conveniência do aliado repartir com ele recursos que controla…
Em suma, a inteligência e a destreza do corvo permitem-lhe estabelecer uma relação vantajosa com a potência da águia.
Para quem quiser percebê-lo, o corvo é um excelente professor de geopolítica e um mestre das (imprescindíveis) políticas de alianças… E o La Fontaine teria de rever os seus canhenhos não só para não ser injusto como, sobretudo, para não cair em erros de análise que levam a falhar o resto.
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