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Terça-feira, Julho 16, 2024

Nos taipais da utopia

Vitor Burity da Silva
Vitor Burity da Silva
Professor Doutor Catedrático, Ph.D em Filosofia das Ciências Políticas Pós-Doutorado em Filosofia, Sociologia e Literatura (UR) Pós-Doutorado em Ciências da Educação e Psicologia (PT) Investigador - Universidade de Évora Membro associação portuguesa de Filosofia Membro da associação portuguesa de Escritores

O ring dos songs que eram, o solfejo ignóbil da matemática quântica dos sabedores da natureza, as vozes cruas do infinito nestes quatro cantos do olimpo.

Reúnem-se resmas de opiniões apenas quando o mar naufraga ou quando se pensa saber do tédio como que se a psicologia fosse um marasmo para encanto dos desencantos de marinheiros afogados na solidão do saber. O opinar vazio neste cheiro cru é uma erva daninha que enerva, nada disso cansa, mas apenas confirma o silêncio dos astros.

Alguns dormentes acordados, outros talvez durmam, ainda que de olhos abertos, creio, nada do que mais uns sóbrios vazios vislumbram sobrando carris para o transporte do carvão.

Acredito que seja já tarde.

Horas demasiado avançadas para endeusamentos de flandres como faziam na Andaluzia os poetas de rimas secas como os que canta Júlio Iglésias. São apenas heresias estas minhas passagens pelos nadas que a vida cada vez mais me destapa, mos coloca nas montras virais do gnomo como salpicos ou saltitos de sapos pelos lagos que havia em tempos junto ao bairro onde vivia e mais ainda quando chovia.

“nos taipais da utopia”

Sim, opinam obtusos num silêncio de paredes ocas como cárceres encardidos, são as paredes que nos dominam, isolam-nos de tudo como se a vida ali se dissecasse num marasmos de tantos saberes sem uma explicação, fugimos por várias razões desse medo que desconhecemos, varremos da língua com ela mesma presa a costumes e só isso, sabemos nós mais que nada vale a não o selo permitido para o transporte da solução numa redoma de vidro para a transparência da razão, ela mesma, que nem sempre nos permite mais que uma sensação apenas e daí nada saia talvez.

Somos hoje um infinito lugar de reliquiosos entendedores de notícias vistas na televisão ou a escuta vazia de jornais bem escritos, notícias são apenas alguma coisa que se fica por aí, precisamos, isso sim, de Hamlet traduzido para transmitir o do enfadonho a razão pura da existência, filosofias do conhecimento e dissecar deitados a ordem natural das coisas, tal faz o médico no diagnóstico de malefícios que tantas vezes nos incomodam e apenas sabemos da dor que perturba, e análises profundas que nem sempre solucionam o problema da barriga inchada de tanto saber.

Somos cada vez mais tudo, corremos em direcção aos tempos do que era nos mais remotos e idos saberes do tudo, o tal que sabia de física e ao mesmo tempo o médico da aldeia onde quem sabe morou a minha mãe em pequena.

Por isso, para isso, o recado nunca chega, ficamos assim mesmo nesta cama que nos cultiva para todos os silêncios que nascem a cada respiradela de sons de fungos e dores cansadas na barriga.

“nos taipais da utopia”


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