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Sexta-feira, Dezembro 20, 2024

Grupo canta a defesa da floresta, da democracia e da vida; assista

Marcos Aurélio Ruy, em São Paulo
Marcos Aurélio Ruy, em São Paulo
Jornalista, assessor do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo

Enquanto o governo brasileiro se nega a aderir às propostas de defesa do meio ambiente e dá vexame na Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas, no Chile, após desistência do Brasil para sediá-la, o grupo parintinense Os Baiás divulga um vídeo com a canção “Terra Livre” exaltando os “indígenas, quilombolas, ribeirinhos, os guardiões da floresta seguirão em resistência”.

Com autoria de Enéas Dias, Marcos Moura e João Kennedy, a canção pode se tornar um hino dos setores envolvidos na defesa da floresta, das águas, dos direitos dos povos indígenas, quilombolas e todos que dependem da natureza para tirar o sustento da família. Principalmente, “quando estamos sob um governo com discurso de ódio, de desrespeito, de destruição e de pouco caso com o meio ambiente”, afirma Vânia Marques Pinto, secretária de Políticas Sociais da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

 

Assista e não economize emoção

A sindicalista baiana se refere ao crescimento das queimadas na Amazônia em 2019, sem que “o governo tome providências para impedi-las, sabendo que em pleno século 21, as queimadas são perfeitamente evitáveis”, acentua.

De acordo com levantamento do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) o desmatamento na Amazônia entre agosto de 208 e julho de 2019 cresceu 29,5%, atingindo uma área de 9.762 km², a maior taxa de desmatamento dos últimos 10 anos, informa o Inpe. Já a ONG WWF-Brasil constata que, de janeiro a agosto de 2019, o número de focos de queimadas na região cresceu 110% em relação a igual período de 2018.

Para Vânia, “essa tragédia acontece devido à prática anti-ambientalista do governo de extrema-direita, os latifundiários se julgam impunes e partem para a agressão à natureza para obterem altos lucros com poucos gastos”.

A tragédia atinge também os defensores da natureza, com ambientalistas presos sob acusações fraudulentas, crescimento de conflitos no campo e assassinato de líderes sindicais e indígenas. “Tudo pela posse da terra e da exploração das riquezas do solo e subsolo, desrespeitando quem trabalha na terra”, argumenta Raimunda Gomes (Doquinha), secretária de Comunicação da CTB.

De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o número de lideranças indígenas assassinadas em 2019 foi o maior em 11 anos. Foram 7 mortes em 2019, contra 2 mortes em 2018. Além disso, o “Relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil – dados de 2018”, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) mostra que somente de janeiro a setembro deste ano, aconteceram 160 “invasões possessórias” de terras indígenas. Em 2018, foram registrados 109 casos desse tipo de violência com exploração ilegal de recursos naturais e danos diversos, em 2017 foram 96 casos.

Em 2018, registrados 135 assassinatos de indígenas no Brasil, diz o relatório. Em 2017, 110 indígenas foram assassinados no país. Crescimento de 18,5% em apenas um ano. “O que se observa  é que neste ano a situação dos povos da floresta, das águas e trabalhadoras e trabalhadores do campo está se degenerando com o abandono das políticas públicas em favor do desenvolvimento sustentável”, reforça Isis Tavares, presidenta da CTB-AM.

Vânia se diz decepcionada com os resultados da COP 25, mas, para ela, “a questão ambiental é essencial para a vida no planeta”, portanto, “nós devemos insistir na defesa de projetos de desenvolvimento que não agridam a natureza, que não matem os povos originários, que respeitem os direitos trabalhistas e de todas as pessoas em terem uma vida feliz”.

Já Isis ressalva a necessidade do movimento sindical e dos movimentos sociais em exigirem o compromisso dos governantes em acatarem o Acordo de Paris e o Protocolo de Kyoto cobre a questão do clima, diminuindo a emissão de gases poluentes na atmosfera.

“É a vida do planeta que está em jogo”, afirma a sindicalista amazonense, “do planeta e de seus habitantes”. Por isso, “é necessário que hajam projetos de proteção da vida em todas as suas formas”.

Em defesa da cultua, da liberdade e da  vida cantam Os Baiás, “a pátria, amarga do óleo, de lama e veneno, pede ecologia. Que esse fogo não mate meu verde, nem queime a democracia”. Os Baiás participam com o boi Garantido no importante Festival de Parintins.


Texto em português do Brasil


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