Dólar disparou e chegou a R$ 5,48. Ministros militares foram escalados para convencer ministro a ficar.
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores (B3), passou a cair mais de 2% com a informação do jornal Folha de S. Paulo de que o ministro da Justiça, Sergio Moro, pediu demissão após ser informado pelo presidente Jair Bolsonaro de que pretende trocar a diretoria-geral da Polícia Federal, hoje ocupada por Maurício Valeixo.
Segundo o jornal, Bolsonaro informou ao ministro que a mudança deve ocorrer nos próximos dias, o que levou ao pedido de demissão por parte de Moro. Apesar disso, a Folha destaca que o presidente está tentando reverter a situação e que os ministros Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) foram escalados para convencer o ministro a recuar da decisão.
Às 15h (horário de Brasília), o benchmark da bolsa brasileira registrava queda de 1,82%, aos 79.220 pontos – após chegar a cair 2,4% -, enquanto o dólar comercial avança 1,47%, cotado a R$ 5,4876 na compra e R$ 5,4889 na venda. Já o dólar futuro para maio sobe 0,04%, a R$ 5,466.
Governo em chamas
Aos olhos do mercado, Paulo Guedes é o grande fiador do governo Bolsonaro, com promessas de reformas que reduzem o gasto público e retiram direitos de trabalhadores. Rodrigo Maia, que tem viabilizado as pautas econômicas do governo – como a reforma da Previdência – também é considerado importante pelos investidores.
Paulo Guedes, no entanto, tem andando sumido nos últimos dias. Ontem (22) não esteve presente em coletiva de imprensa que anunciou o Pró-Brasil, plano de recuperação econômica pós-pandemia gestado pelos militares. Comparado ao Plano Marshall, o plano de recuperação da Europa no pós-guerra, o Pró-Brasil é mal visto pela equipe econômica, que teme aumento do gasto público.
O plano apresentado na quarta é composto de sete páginas vagas, que não detalham valores. A foto na capa, com cinco crianças brancas , vem do banco de imagens de um site iraniano e ignora a diversidade brasileira.
Rodrigo Maia, por sua vez, tem sido vítima de ataques do gabinete do ódio e do próprio presidente da República. Também está rompido com Guedes, que não gostou do plano de socorro aos estados aprovado pela Câmara.
A saída de Moro causaria ainda mais instabilidade. Seria o rompimento definitivo com o lava-jatismo, um dos pilares que elegeu Bolsonaro.
Texto em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV / Tornado