Quinzenal
Director

Independente
João de Sousa

Domingo, Dezembro 22, 2024

Moção de Censura à CM Matosinhos

Joaquim Jorge, no Porto
Joaquim Jorge, no Porto
Biólogo, Fundador do Clube dos Pensadores

Somos um movimento cívico, Matosinhos Independente, assente numa Plataforma de Candidatura à CM Matosinhos 2021.

Não temos assento em nenhum órgão de poder em Matosinhos, nem no executivo, nem na assembleia municipal, nem assembleias de freguesias, contudo tendo em conta o que se tem passado nos últimos tempos, se pudéssemos apresentávamos uma moção de censura ao executivo camarário.

A nossa moção é por “Melhorar Matosinhos”. Esta moção nunca será discutida, mas damos conhecimento à opinião pública matosinhense.

Este executivo é inconsequente, ineficaz e errático. São tantos os casos, que não os podemos citar aqui todos. Mas destacamos, o caso que está na memória de Matosinhos é o Lar do Comércio, com vários idosos mortos.

Este dossier exigia a rápida intervenção da câmara. Logo que houve suspeitas, chamar o director da Instituição, para se inteirar da situação, exigir medidas concretas em defesa dos idosos e dar apoio no que era possível. A partir daí, responsabilizar a sua direcção, não sendo capaz de resolver este problema com várias mortes, fazer com que esta direcção do Lar se demitisse. A Câmara assumisse o comando das operações, articulada com a Segurança Social, Ministério da Saúde, entre outros.

Se a Câmara é PS e o governo é PS, neste caso, do Lar do Comércio que tem um director PS, naturalmente seria mais fácil pela afinidade dos interlocutores. A direcção do Lar do Comércio acusou a CM Matosinhos de inoperância. Parecia uma comédia francesa e quem foi lesado foram os desgraçados dos idosos.

A Ministra da Saúde veio a Matosinhos, não para resolver este famigerado dossier do Lar do Comércio, mas para ir ao Hospital Pedro Hispano.”

O Hotel da praia da Memória foi embargado, ao fim de muito e muito tempo. Vou fazer convosco um exercício de análise.

O pedido de construção do Hotel foi feito no tempo de Narciso Miranda e aprovado com votos favoráveis do PS inclusive Luísa Salgueiro (vereadora). O aval para a construção do hotel foi dado por Eduardo Pinheiro, que era presidente da Câmara de Matosinhos.

Eduardo Pinheiro foi nomeado secretário de Estado para o Ministério do Ambiente.

O Ministério do Ambiente do Ministro, Matos Fernandes, embarga a obra do seu secretário de Estado Eduardo Pinheiro, na altura presidente de Câmara de Matosinhos.”

Um paradoxo de incoerência. Todos sacudiram a água do capote e parece que não há responsáveis e culpados. Ao ter que se embargar a obra terá que se indemnizar o empresário, que não tem culpa nenhuma do que está a suceder e terá que ser ressarcido do seu investimento. Quem vai pagar isto são os impostos dos matosinhenses e portugueses.

Matosinhos anda sempre a reboque dos acontecimentos. Não tem uma linha de acção, condução e decisão. A falta de liderança e o deixar arrastar das situações por incapacidade de decisão e resolução dos problemas. Matosinhos tem que deixar de ser subserviente ao governo e às cidades vizinhas.

Esta moção é um protesto pela ausência de uma estratégia de desenvolvimento para Matosinhos, pelo incumprimento de promessas eleitorais nomeadamente em matéria de desenvolvimento económico, turismo, ambiente, juventude, áreas sociais e também pelo desgoverno notório.

Há uma visível fragilidade governativa da CM Matosinhos, uma ausência total de políticas de combate à limpeza e recolha de lixo.

A CM Matosinhos finge publicamente ignorar o Matosinhos Independente, não saber, não ouvir, nem ver, mas pela socapa procura desmoroná-lo.

Que medidas foram adoptadas para o pós-pandemia? Os apoios ao mais desfavorecidos? Se vai aproveitar a experiência do confinamento para acções permanentes? Que áreas do ambiente podem ser beneficiadas com mudanças de rumo nas políticas municipais ou metropolitana? Porque não existem espaços livres, abertos a todos em Matosinhos, para se poder debater e discutir Matosinhos?

É preciso recriar a identidade de Matosinhos!

Como? Através das Artes e dos Ofícios, por exemplo ou, fomentar as empresas familiares com actividades locais que os identifique! O problema das acessibilidades em Matosinhos é um dos maiores calcanhares de Aquiles da cidade. Os problemas de maior constrangimento para as pessoas e respectivas ligações, entre as “margens”, criando novas fronteiras!

É preciso (evitar) equacionar a concentração das megas-estruturas comerciais dentro das Cidades, pois, elas pelo número de pessoas (funcionários e utilizadores), geram movimentos de pessoas e trânsito imprevisíveis de regular e com eles todos os fenómenos conhecidos.

Para além destas questões geram também fenómenos ambientais, impermeabilizações e barreiras, na relação da água com o solo.

É preciso compreender e estar atentos aos sinais que a natureza nos oferece e às dificuldades humanas com estes gestos de aparente desenvolvimento…

Chegou a altura de muito diálogo para identificar o caminho. O Matosinhos Independente não se revê na postura da Câmara e interpela-a para uma mudança política para ter um modelo de desenvolvimento mais próspero em que a participação dos matosinhenses seja mais activa. Deixar-se de uma “politica de fotografia” e assumir uma “politica de resolução dos problemas de Matosinhos”.

A preocupação da CM Matosinhos não é o vírus, é sim, não perder o poder. Matosinhos tem que escolher em 2021, entre o mal que conhece e o bem que deve conhecer.


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