Há, na atividade política nacional, indício de uma crise política e económica profunda com efeitos nefastos para os cidadãos mais frágeis por condição social de menores recursos e de saúde débil
Há, na atividade política nacional, indício de uma crise política e económica profunda com efeitos nefastos para os cidadãos mais frágeis por condição social de menores recursos e de saúde débil em todas as faixas etárias mas também para os cidadãos que tinham uma situação económica e social estável antes do descalabro económico provocado pelos efeitos da pandemia em curso, o coronavírus Sars-CoV2 | Covid-19, um acontecimento anómalo para o atual estádio do desenvolvimento do conhecimento Humano e que veio por a nu uma grande parte das limitações balizadoras desse conhecimento existentes, assim como uma autentica avalanche nas assimetrias sistémicas generalizadas tanto no contexto como na preparação das defesas para um combate eficaz em situações de calamidade global e de efeito similar, obrigando as sociedades a repensarem toda a sua organização social e política gerando na desclassificada “elite” dirigente uma vaga de fundo já antes constatada de fragilidades motivadas pela perda de identidade politico ideológica mas também da sua não identificação com os valores de referência e de suporte da arquitetura do edifício social, enquanto classe dirigente, em torno de iniciativas vincadas em encontrar soluções para as necessidades gerais das populações e, dos direitos dessas populações sendo que, há especificidades com prioridade acrescida e de que é na opção politica sobre quais são essas prioridades de governação que se afere o perfil politico da elite dirigente.
Em face do desmoronar das cadeias intermédias que têm sido ao longo da Historia o garante da estabilidade transitada entre gerações sempre que se ajustam às mudanças para as novas realidades emergentes em sintonia entre si e o meio ambiente, onde o Homem é o eixo central de todas as mudanças, contrariamente ao que pensam setores dos referidos dirigentes políticos que ajuízam serem os agentes económicos o único eixo dessa mudança como se a economia se resumisse a transações entre um núcleo restrito de indivíduos esquecendo, ou omitindo, todo o ciclo interativo e interjacente desde a necessidade básica ao consumo passando pelas necessidades e consumos tidos por supérfluos, de cuja diferença entre o custo e a venda resultam as mais valias, essência de toda a riqueza produzida, distribuída pelo pequeno circulo detentor dos meios e do poder, enquanto que, ao conjunto de indivíduos que constituem a sociedade, é distribuída individualmente uma pequena parcela residual daquilo que produziram dando forma e consistência ao desequilíbrio social existente onde as oligarquias dominantes tem predomínio e influência politica direta por serem quem traça e concretiza as linhas gerais de orientação politica legislativa e de funcionamento de todo o edifício da organização politica e social do Estado e de que, o OE- Orçamento do Estado, é o eixo propulsor da cadência nos objetivos a que se propõe.
A atual elite política é o resultado de uma conjuntura de desfasamento no conhecimento entre a evolução tecnológica e a estagnação na formação intelectual do indivíduo, origem de um déficit acentuado no domínio do conhecimento atualmente necessário, causado pela celeridade no procedimento elétrico motriz modulado paradigmático, em uma conjuntura transversal a um conjunto de gerações em presença com múltiplos conhecimentos dispersos com predominância sobre o passado mas sem a necessária antevisão daquilo que poderá ser o futuro, o que está a gerar uma vaga conducente a crises políticas sem precedentes por motivos óbvios. Desde logo:
1 – Crise de identidade político-partidária:
- por haver um vazio na formação política ideológica dos seus membros gerador de lideranças orgânicas de nula produtividade política e de impacto social com objetivo individual.
2 – Crise de valores político-sociais:
- por omissão ou desinteresse genérico sobre quais são os valores sociais e ambientais de referência do partido político em que militam e que dão a forma à identidade ideológica dessa organização.
3 – Crise de objetivos políticos comuns;
- por completo desnorte na construção de um modelo social equilibrado em face da prioridade concedida ao equilíbrio da correlação das forças políticas com representatividade eleitoral de forma a aumentar a sua própria representatividade para alcançar ou, manter, o poder consoante seja o caso.
- as prioridades comuns são relegadas para segundo plano e as assimetrias aumentam exponencialmente.
- as classes mais desfavorecidas economicamente se onde sobressaem os mais debilitados por motivo de saúde, os trabalhadores por conta de outrem, os pensionistas. os reformados, os desempregados, os jovens que procuram o seu primeiro emprego, a classe média em profunda crise de extinção, as pequenas e médias empresas, entre muitos outros.
- a transição para a era da automação e da inteligência artificial.
- a total mudança de paradigmas na senda da construção de uma sociedade mais bem preparada para todos os desafios do futuro.
Motivo imediato?
O OE – Orçamento do Estado para o ano de dois mil e vinte e um, por ser o centro nevrálgico da governação e do financiamento de todas as políticas públicas e privadas com reporte ao citado OE, mas onde; a Saúde, a Educação, a Justiça, o trabalho e a sua proteção, a defesa dos interesses de quem mais precisa, entre muitos outros de pendor social, deviam ser a opção principal para o próximo ano considerando já na previsão o apoio da U.E. com critérios claros de não subjugação ou sequer subordinação a interesses já confessos uma vez que a defesa dos interesses nacionais se deve sobrepor a todo e qualquer outro interesse internacional.
São estes, parte dos condimentos com que se cozinham crises políticas acentuadas. Sobremaneira quando o governo é minoritário no Órgão de poder Assembleia da República, mas também quando a vontade política não é consistente.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90
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