Vários países do mundo, tendo em vista poupar vidas de seus habitantes e criar condições para retomada da economia, tornam público o planejamento de vacinação em massa. São os casos de países da na Europa e dos Estados Unidos.
A Rússia anunciou que já começou a vacinação com a Sputnik V. A China também já está vacinando segmentos da população. Consórcios farmacêuticos já formalizaram nos Estados Unidos e na Europa o pedido de uso emergencial de suas vacinas. Há prognósticos de que antes do final de dezembro essas autorizações poderão ser deferidas pelos órgãos técnicos competentes.
Enquanto isso, no Brasil o governo Bolsonoro dá sinais de que fechará todo ciclo da pandemia com uma linha de coerência – a da irresponsabilidade, da inércia, do negacionismo que, no seu todo, resulta na tragédia sanitária sem par na história recente do país. Situação que agravou a crise econômica já existente no país devido ao desastre da agenda ulltraliberal da dupla Guedes-Bolsonaro.
O anúncio nesta terça-feira de ditos primeiros pontos de uma estratégia “preliminar” não responde a necessidade. Erroneamente, o governo afirma que o plano nacional de imunização somente ficará pronto quando a Anvisa registrar vacinas.
A despeito do Brasil dispor de um dos mais abrangentes sistemas de saúde do mundo, com reconhecida expertise mundial não só na vacinação como na produção de vacinas, o Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde, sob o comando do general Eduardo Pazuello, que atua como ajudante de ordens do presidente Bolsonaro, se mantém imóvel na preparação de um plano nacional de imunização contra a Covid-19. O Ministério da Saúde foi incapaz inclusive de executar o orçamento aprovado pelo Congresso Nacional para responder a várias demandas de combate a pandemia.
Outros países, do mesmo porte da economia brasileira, fizeram acordos prévios com várias farmacêuticas que estão desenvolvendo a vacina. Na correta visão de que quem vacinar sua população tem condições de superar com mais rapidez a pandemia. Bolsonaro, entretanto, coerente, como já se assinalou, com sua conduta irresponsável que sem dúvida contribuiu para aumentar no número de mortes e infectados, fechou acordo tão somente com uma única farmacêutica, a britânica AstraZeneca.
Além do que, o presidente e seu clã abriram guerra contra a vacina Coronavac pelo fato da origem dela ser chinesa. E mais: o presidente fez coro com seus apoiadores nas redes sociais que fazem campanha espalhando desinformação sobre as vacinas.
Novamente, se impõe ao Congresso Nacional e outros poderes da República, como o Judiciário, bem como as forças democráticas, a exigência de que o governo federal cumpra suas responsabilidades constitucionais. Que planeje e assegure ao povo brasileiro, com a maior brevidade possível, o direito à vacina.
Texto em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV / Tornado