Poema de Ernesto Dabo
“No velório do gato”
A viúva do gato
aos pés do finado
olhos nas patas sem meias
sem ver a cabeça
baú que nunca lhe deu bom rebento
sem miao nem piao
sem stera nem canja
velório solto
Em surdo tom
em nome dos rebentos
a viúva cantou o fim do gato manhoso
Suspiro da cobra
Até ela
Até ela
Quem diria
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