Segundo o Índice de Bilionários da Bloomberg, a fortuna total dos 500 mais ricos do mundo cresceu 31% em 2020 em comparação com o ano anterior.
A pandemia acentuou a desigualdade de renda e os bilionários, que ocupam o ponto mais alto da pirâmide social, ficaram mais bilionários, mostra reportagem publicada neste sábado (24) pelo jornal Folha de S. Paulo.
Em 2020, segundo o Índice de Bilionários da Bloomberg, a fortuna total dos 500 mais ricos do mundo cresceu 31% em comparação ao ano anterior. A quantia adicionada de US$ 1,8 trilhão (R$ 9,8 trilhões) foi a maior desde a criação do indicador, há oito anos. Executivos de empresas de tecnologia e mercado de luxo lideram a lista.
Mas como funcionou a dinâmica que levou à acentuação da concentração de renda na pandemia?
Segundo a Folha, o confinamento, por exemplo, intensificou o uso da tecnologia, alavancando especialmente o consumo via ecommerce e as cadeias de armazenamento, embalagem e transporte ligadas a essa modalidade de vendas.
Os mais favorecidos foram os consumidores com melhores coberturas de internet e equipamentos mais sofisticados. Ou seja, quem tem mais dinheiro para ter acesso aos melhores sistemas e melhores equipamentos.
Em países que concentram consumidores de alta renda, como Estados Unidos e China, as compras virtuais contribuíram para a aquisição de itens de luxo. Com restrição a viagens internacionais, os integrantes da alta renda foram às compras pela internet.
Isto provocou um efeito não apenas sobre o resultado operacional das empresas, destaca o jornal, mas também no valor de mercado das companhias listadas em Bolsas, contribuindo para turbinar o patrimônio de quem tem mais ações dessas empresas.
Um exemplo é que neste mês, Larry Page, um dos fundadores do Google, entrou para lista de pessoas que possuem mais de US$ 100 bilhões (R$ 547,8 bilhões). A última atualização mostra Page com US$ 104 bilhões (R$ 569,7 bilhões). O próprio Google começou a pandemia valendo US$ 988,7 bilhões (R$ 5,4 trilhões) e hoje está em US$ 1,5 trilhão (R$ 8,2 trilhões).
Antigos objetos de desejo também ajudaram a deixar ricos mais ricos. Bernard Arnault, diretor-executivo da LVMH, dona da Louis Vuitton, teve grandes ganhos com a venda de relógios, jóias e outros artigos mais nobres.
A pandemia também catapultou empreendedores digitais. Eric Yuan, presidente-executivo do Zoom, assistiu suas ações da companhia subirem 450% em 2020, uma das que mais se valorizaram ao longo do ano.
No caso dos bilionários brasileiros, a reportagem destaca os novatos da lista da Forbes de 2020, com nomes ligados a fintechs. Destacam-se David Vélez, colombiano fundador do Nubank, e Guilherme Benchimol, fundador da XP, citados por Pedro Belisário, professor do Departamento de direção financeira do ISE Business School.
Texto em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV / Tornado