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Quarta-feira, Julho 17, 2024

Remunerações no Montepio

Eugénio Rosa
Eugénio Rosa
Licenciado em economia e doutorado pelo ISEG

As remunerações dos Administradores do Banco Montepio reveladas após termos denunciado a falta de transparência no banco, e Virgílio Lima continua a recusar divulgar a sua remuneração e as dos seus administradores na Associação Mutualista.

Neste estudo analiso as remunerações pagas aos administradores do Banco Montepio com base na informação divulgada pelo próprio Conselho de Administração deste banco “mutualista” após termos denunciado, em estudo anterior, a opacidade existente nele. Os dados divulgados pelo Conselho de Administração do Banco Montepio confirmam o que tínhamos denunciado pois, com base neles, conclui-se que no Banco Montepio os administradores não executivos ganham 2,5 vezes mais do que os da CGD, e os executivos ganham o correspondente a 78% dos da CGD.

O presidente da comissão executiva (Pedro Leitão) ganha 83,8% do da CGD (Paulo Macedo), e o presidente não executivo do Banco Montepio (Carlos Tavares) ganha 28.662€/mês, enquanto o da CGD (Rui Vilar) abdicou de qualquer remuneração. E isto apesar da CGD ser 5 vezes maior do que o Banco Montepio e este acumular prejuízos. Para além disso, Virgílio Lima, presidente do Conselho de Administração da Associação Mutualista e os seus administradores continuam a não divulgar as suas remunerações aos associados o que revela falta de transparência e medo que os associados as conheçam.

 

Estudo

Uma explicação aos Associados do Montepio por que não foi possível constituir uma lista de unidade à atual Administração para as eleições deste ano

Após termos divulgado um estudo em 20/6/2021 sobre o Montepio onde denunciávamos situações que consideramos imorais e a falta de transparência no Banco Montepio pois, contrariamente à CGD e mesmo ao BCP, não divulgava as remuneração dos seus administradores, o Banco Montepio publicou “ “O Relatório de Disciplina de Mercado de 2020”, que antes não estava no seu “site”, onde na pág. 95 constam as remunerações dos administradores que a seguir se transcreve para conhecimento dos associados, a que acrescentamos mais um administrador executivo que iniciou funções em 22/2/2021, como os anteriores já não fossem suficientes.

 

Quadro 1- Administradores e remunerações fixas do Conselho de Administração do Banco Montepio-pág.95 

Como termo de comparação, refere-se que no fim de dez.2020, a CGD possuía um Ativo de 91.375 milhões €, enquanto o Banco Montepio, na mesma data, o seu Ativo era apenas 17.941 milhões €, ou seja, o Banco Montepio é cinco vezes mais pequeno do que a CGD, mas não em número de administradores como revela o quadro 2, e os não executivos ainda ganham mais do que na CGD assim como o presidente não executivo apesar de acumular prejuízos e desde há 14 anos que não transfere dividendos para Associação Mutualista apesar da maior parte das poupanças dos associados (1.600 milhões €) estarem aplicadas no Banco Montepio.

 

Quadro 2 – Administradores e remunerações fixas do Conselho de Administração da CGD em 2020-pág. 597

No Banco Montepio os administradores não executivos ganham 2,5 vezes mais do que os da CGD, e os executivos ganham o correspondente a 78% dos da CGD. O presidente da comissão executiva (Pedro Leitão) ganha 83,8% do da CGD (Paulo Macedo), e o presidente não executivo do Banco Montepio (Carlos Tavares) ganha 28.662€/mês, enquanto o da CGD (Rui Vilar) abdicou de qualquer remuneração. E isto apesar da CGD ser 5 vezes maior do que o Banco Montepio. Na CGD não se ganha por acumulação de funções, no Montepio ganhase. Interessa ainda referir que Virgilio Lima, presidente do Conselho de Administração da Associação Mutualista e os seus administradores continuam a não divulgar as suas remunerações aos associados. É urgente acabar com a falta de transparência que existe no Montepio e adequar as remunerações pagas aos administradores aos princípios da ética mutualista. Os associados vão ter essa oportunidade nas eleições que se realizam em dez.2021.


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