A SOS Racismo e o Doclisboa juntam-se no Padrão dos Descobrimentos para um ciclo de cinema que procura através e a partir da linguagem cinematográfica questionar e refletir a discriminação racial na sociedade portuguesa.
O Cinema para uma Luta Antirracista é um ciclo de cinema e debates programado pela SOS Racismo. A convite do DOC Lisboa, a associação leva até ao Padrão dos Descobrimentos, entre 19 e 25 de Julho, uma proposta para a reflexão sobre a identidade do sujeito racializado presente no olhar coletivo da nossa sociedade.
O programa abrirá com o documentário Olhares sobre o Racismo, de Bruno Cabral, Eddie Pipocas e Dércio Ferreira, um filme produzido pela SOS Racismo em conjunto com a revista BANTUMEN, que apresenta os contributos de várias personalidades que fazem parte da luta pela liberdade e igualdade social e que refletem a interseccionalidade, a diversidade e a transversalidade das várias frentes do combate, colocando em perspetiva três décadas da luta antirracista em Portugal.
Nos dias seguintes, será ainda possível assistir aos primeiros dois episódios da série “Racismo à Portuguesa”, realizada pela jornalista e escritora Joana Gorjão Henriques e por Frederico Batista para o jornal Público, “Mikambaru”, de Vanessa Fernandes, “Treino Periférico”, de Welket Bungué, “Nôs Terra”, de Ana Tica, e “O Canto do Ossobó”, do realizador são-tomense recentemente premiado no festival Sheffield Doc/Fest 2021, Silas Tiny.
A programação ficará completa com a exibição de “Era uma vez um arrastão”, realizado por Diana Andringa, Mamadou Ba, Bruno Cabral, Joana Lucas, Jorge Costa e Pedro Rodrigues, filme que encerrará este programa.
As sessões serão o ponto de partida para um conjunto de debates sobre as diversas questões políticas e raciais levantadas pelos respetivos filmes. A realização deste ciclo num espaço tão simbólico como o Padrão dos Descobrimentos pretende convocar a consciência e participação coletiva no debate sobre o passado colonial português e a sua continuidade histórica, questionando o significado dos símbolos nacionais construídos e herdados desse passado no imaginário e identidade nacional e o modo como estes influenciam e determinam o olha, a representação e a relação estabelecida com pessoas racializadas, colocando frente a frente a memória coletiva e a contemporaneidade da sociedade portuguesa na sua diversidade, a partir do património e símbolos nacionais.
A programação pode ser consultada em doclisboa.org.