No dia 11 de setembro de 2021, sábado, foi lembrado em todo o mundo os atentados das Torres Gêmeas, na cidade de Nova York, que levaram a morte exatas 2.996 pessoas. Sabemos que a tristeza da burguesia internacional é seletiva, pois nesse mesmo dia, no ano de 1973, um presidente democraticamente eleito foi golpeado no Chile – Salvador Allende – e mais de 40 mil cidadãos chilenos foram assassinados nos anos posteriores (1), ou seja, 13 atentados. Sobre a história desses atentados, seus motivos, causas e consequências é que tratarei neste meu novo ensaio.
Parte II
Os atentados
Para realizar o atentado, os terroristas sequestraram quatro aviões. Há 20 anos, o rigor do controle para entrar no avião, não era como hoje, não existiam raio-x ou pelo menos não existiam em todos os aeroportos. Havia lugar que tinha, outros não. Eles planejaram por meses seguidos.
Fizeram cursos de pilotagem de Boeing. Eram 19 pessoas e o mentor intelectual do atentado foi Osama Bin Laden. Mas, ele não admitiu naquele primeiro momento. Ele só veio a admitir e assumir a responsabilidade pelo grupo da Al-Qaeda, em 2004, três anos depois. O verdadeiro arquiteto e o construtor dos atentados foi Khalid Sheikh Mohammed. Ele é um paquistanês e foi preso em 2003, dois anos depois.
Os quatro aviões sequestrados foram dois Boeing 757 e dois Boeing 767. Dois foram em direção às Torres Gêmeas, com uma diferença de tempo um do outro. Um outro caiu na Pensilvânia e não se sabe ao certo qual era o seu destino. Alguns dizem que seria a Casa Branca, mas a maioria menciona o destino como sendo o Capitólio, o Congresso dos EUA.
No avião que caiu na Pensilvânia, os passageiros se rebelaram contra os sequestradores, provocando um tumulto, com o disparo inclusive de tiros lá dentro. O piloto acabou perdendo o controle e o avião se espatifou. Morreram nos quatro aviões 246 pessoas. Apenas no que caiu em uma área rural da Pensilvânia, morreram 44 pessoas, incluindo os quatro sequestradores.
O quarto avião foi o do Pentágono. Ele fez uma manobra aerea espetacular e veio em um voo rasante. Isso pelo fato que o Pentágono na altura, é muito baixo, comparado com as Torres Gêmeas. Neste caso, morreram 125 pessoas.
Eu não me afilio às teorias da conspiração. A qualquer teoria da conspiração. Se a direita tem o tal do QAnon, que são aquelas mentiras absurdas, divulgadas pelo astrólogo Olavo de Carvalho. Apenas um exemplo de suas mentiras: a Pepsi estaria usando células de fetos abortados dentro dos seus refrigerantes.
Parte das pessoas acreditam nisso. A teoria da conspiração, no caso dos atentados, é de que foi um serviço interno dos Estados Unidos, feito pelo próprio governo. Eu não estou de acordo, mas isso não é assunto deste ensaio.
Quanto à nacionalidade dos 19 terroristas, é preciso registrar que 15 deles eram sauditas, dois dos Emirados, um egípcio e um libanês. Todos eram muçulmanos sunitas. Não havia nenhum xiita, pois estes não fazem essas coisas, não praticam atentados. Aliás, nós temos uma visão dos xiitas que eu venho combatendo há mais de 20 anos. Quantas vezes somos pegos dizendo por exemplo: “aquele cara é da ala xiita do PT”, como quem quer dizer que ele é de uma ala mais radical (18).
Eu sempre procuro explicar que os radicais são da ala sunita. O xiita é contemplativo, quietista, eles aplicam o Alcorão. Eu já expliquei em outros textos, que no texto sagrado deles, eles dizem que o Deus deles não tolera a agressão (19).
O verdadeiro muçulmano nunca tomará a iniciativa de agredir outra pessoa. Esses terroristas não são muçulmanos. Apenas pensam que são. O Alcorão autoriza você reagir quando foi agredido, mas isso está até na carta das Nações Unidas: qualquer país atacado tem o direito à legítima defesa.
Quantos pessoas morreram no total nos atentados? O número oficial: 19 terroristas, 125 no Pentágono; 246 nos quatro aviões e 2606 nas Torres, que eram pessoas de 70 nacionalidades diferentes. Isso totaliza exatas 2.996 pessoas.
Eu escrevi um artigo numa revista indexada, um artigo científico, logo depois dos atentados, na revista teórica do PCdoB, chamada Princípios, de Filosofia, de Política, de Economia, fundada pelo grande camarada João Amazonas.
Foi um artigo longo, onde procuro entender as raízes históricas do terrorismo, analisando esses episódios. Eu trabalhei uma estatística do número de crianças que morrem todos os dias no mundo inteiro por doenças tratáveis, por falta de alimento, que é mais de três mil. Portanto, todos os dias morrem uma torre gêmeas de crianças no mundo (20).
Por que menciono isso neste ensaio? Eu me lembro à época das pessoas chorando copiosamente pela morte das quase três mil pessoas. De fato, a cena evidentemente é muito dura. Não houve um grupo de esquerda no mundo inteiro que apoiou essa atitude. Os socialistas, comunistas não apoiam o terrorismo.
Eu não chorei, mas fiquei muito emocionado, por certo. A emoção da cena foi muito forte, impactante. No artigo eu falava assim: três mil crianças morrem todos os dias e não há uma lágrima derramada por causa delas. Sabem por quê? Porque, não morreram todas de uma vez. E o assassino não tem rosto, pois você não o vê. E qual é esse assassino? É o capitalismo! Não tem rosto, mas ele mata e ninguém chora por essas crianças.
As consequências
As consequências internas e externas para os Estados Unidos foram muitas. A interna mais importante, foi a aprovação pelo Congresso Bipartidário – pois lá eles não têm mais que dois partidos com representação legislativa. Nesse caso, foi uma união dos dois partidos, que aprovaram o Ato Patriótico (Patriot Act) (21). Esse foi na história dos Estados Unidos a lei de maior imposição de restrições às liberdades individuais de todos os cidadãos.
Proibiu de fazer muitas coisas, ao passo que autorizou a CIA e o FBI de monitorar e-mails, telefonemas, não tinha celular ainda, e se tivesse, estava ainda no começo. Os estadunidenses perderam toda a sua privacidade e liberdade. Mais de 1.200 estadunidenses foram presos, classificados como suspeitos. Milhões foram privados de liberdade. Existem, inclusive, registros que mencionam torturas de cidadãos norte-americanos (22).
A segunda grande consequência foi que a política externa dos Estados Unidos, que passou a ser o combate ao terror, a chamada guerra infinita ao terror, que foi isso que o Bush filho fez, ele que governou dez anos depois do seu pai. Ele invadiria o mesmo Iraque novamente 12 anos depois.
Essa guerra ao terror acabou motivando – 26 dias depois do 11 de setembro – mais exatamente no dia 7 de outubro, a invasão do Afeganistão, que foi inteiramente ocupado em poucos dias, quase sem resistência. Só que diferente de 1991, esta invasão-ocupação não foi autorizada pela ONU.
Então, nós estamos percebendo uma mudança na ordem mundial, uma alteração na geopolítica mundial e uma mudança na correlação de forças. Se em 2003 fosse votado na ONU a autorização para os Estados Unidos formarem uma força multinacional, eles sabiam que perderiam no Conselho de Segurança, pois Rússia, China e França, disseram que vetariam. Então, provavelmente, alguns países também se absteriam. Houve manifestações contra essa barbaridade no mundo inteiro.
Esta foi a primeira consequência dos atentados, a invasão do Afeganistão. A segunda consequência foi a invasão do Iraque. Em 1991 o pretexto do ataque ao Iraque era que ele havia ocupado um país vizinho. Desta vez, a mentira contada foi que a mídia ajudou a propagar totalmente, manipulando as consciências das pessoas, ao dizerem que Saddam tinha armas de destruição em massa.
Na verdade, o Iraque nunca teve esse tipo de arma de destruição em massa. O único país no mundo que tem essas armas – e a usou várias vezes na história – foram os Estados Unidos da América. Jamais nos esqueceremos entre 129 mil e 246 mil mortos, em Hiroshima e Nagasaki, nos dias 6 e 9 de agosto de 1945 (23).
A imagem que simbolizou essa mentira foi a do secretário de Defesa dos Estados Unidos, general Colin Power, general de quatro estrelas, quando, na ONU, exibiu um vidrinho na mão, não havia nada dentro. Ninguém nunca soube o que lá tinha. Ele apenas dizia que ali estavam as provas das armas de destruição de massa. Todas as redes de televisão, no mundo inteiro, aceitaram com a maior passividade essa falsa argumentação.
Foi muito parecido com que o Brasil fez quando disseram que o presidente Lula era um bandido, o maior chefe de quadrilha, corrupto. Hoje, falta apenas um processo, dos 20 que moveram contra ele, para ele ser absolvido, pois em 19 isso já ocorreu.
A ocupação do Iraque também foi precedida de ultimatos: Saddam deixe o poder, exile-se em algum país vizinho e nós o pouparemos etc. É claro que Saddam não aceitou e disse que resistiria até as últimas consequências.
Mas, o exército iraquiano não tinha de fato a menor condição de enfrentar o exército dos Estados Unidos, não durou mais que 20 dias a resistência. Em 10 de março de 2003 ocorreu a ocupação. Eu também participei do segundo Comitê Contra a Guerra do Golfo. Eram dezenas de entidades e nos reunimos na rua General Jardim, na sede do grupo chamado Ação Educativa, perto da Escola de Sociologia e Política, toda segunda.
E nós fizemos duas grandes manifestações contra a guerra na Paulista, em 10 de fevereiro e 15 de março. Cada uma com 10 a 15 mil participantes. Paramos a Paulista. Nós descemos a Brigadeiro e fomos até o Ibirapuera. O mundo inteiro fez manifestações. 150 grandes cidades e capitais foram para as ruas, milhões foram para as ruas “Stop the war” (parem a guerra). Mas, a guerra não parou.
De que adianta o povo manifestar se a mídia hegemônica domina e dá apoio? Eu escrevi muitos artigos à época, mostrando que mídia tinha vestido farda e foi para a linha de frente. A CNN já tinha ficado famosa em 1991 e em 2003 ficou ainda mais. Seus correspondentes estavam na linha de frente.
A ocupação do Iraque já dura 18 anos. Não é uma ocupação total do país como foi no caso do Afeganistão. Mas os Estados Unidos ainda não se retiraram do Iraque. Lá ainda estão em torno de cinco mil soldados estadunidenses em solo iraquiano. O Biden diz que eles serão retirados até o final do ano, e que seria a saída dos Estados Unidos completamente do Oriente Médio. Vai ficar faltando um pedacinho da Síria, que ainda tem lá cerca de mil soldados.
A partir daí eu quero dizer que já estava gestando no ano 2000, antes mesmo de George W. Bush ganhar as eleições, o último ano do governo do Democrata Bill Clinton, um projeto político extremamente conservador, que acabaria por vencer as eleições com um candidato que não tinha muita a diferença do seu pai que havia vencido em 1988, mas não foi reeleito em 1992.
Ele tentou e perdeu para o Clinton que ficou oito anos. Em 2000 teve eleição em novembro e o Bush filho não ganhou a eleição, ele disputou com o vice, Al Gore. Na disputa, Al gore ganhou no voto popular, que lá não decide.
E aí foi para o Colégio Eleitoral. Houve fraude na Flórida, comprovada. O irmão do Bush filho, Jeb Bush governava a Flórida, e cometeu fraude. Levou os delegados da Flórida de maneira que no Colégio Eleitoral ele ficou 271 votos x 266, super apertada. Recorreu à Suprema Corte que julgou, também apertado, dando-lhe a vitória final (24).
Em 2000 já estava gestando nos Estados Unidos o que se chama NAC (New American Century), “o Novo Século Americano”, um movimento de republicanos e pessoas de extrema-direita que projetavam o século 21 para os Estados Unidos. Assim com a vitória de Bush filho nas eleições, eles iriam levar a “democracia” para o Oriente Médio, a “democracia” deles. É impressionante como nós não temos a capacidade de ver o outro.
Há um livro lindo da Susan Sontag (1933-2004) (25) que fala exatamente dessa capacidade de sentir a dor do outro. Nós perdemos essa capacidade, estamos dando opinião sobre o Afeganistão, sem conhecer a história. Não estamos preocupados com aqueles guerrilheiros que lutaram pela expulsão dos invasores. Mas, nos arvoramos no direito de lhes impor nossas regras.
Então, a secretaria de Estado de Bush, que era Condoleezza Rice, doutora em Ciências Políticas, mas que dizia que aquelas invasões no Oriente Médio eram importantes, que aquelas mortes, aquelas consequências, aquelas tragédias, “eram as dores do parto de uma nova época”. Que nova época?
Por onde passaram os Estados Unidos: Síria, Iraque, Afeganistão, Líbia e Iêmen, eles destruíram tudo. Como é que os árabes veem esses soldados marines, ultra-armados com fuzis potentes? Não tenho dúvidas que os veem todos como terroristas, que o são na prática. Eles não podem ser vistos como “libertadores”, muito menos defensores da democracia ocidental.
Indicação de filme
Aproveito para fazer uma nova indicação de um outro filme da Netflix. Chama-se War Machine (Máquina de Guerra), que é de 2017, com Brad Pitt, e trata da guerra contra o Afeganistão. É o melhor filme sobre o tema, com atores. Ele não é um documentário.
A cena mais impressionante do filme é quando o general que Brad Pitt faz o papel – que na imprensa era chamado de “General de Obama” – vai liderar a ocupação de uma aldeia, perto de Candahar, a segunda maior cidade do país, sempre acompanhado de tradutores. Aí, ele faz um discurso para muitos afegãos, pashtu e o intérprete ia traduzindo. Dizia-se na imprensa estadunidense que ele fora para lá para ganhar a guerra.
O filme é de 2017, mas o filme se passa seis anos depois da ocupação, em 2007. O general faz um discurso que diz mais ou menos assim: “Eu vim aqui trazer apoio, dinheiro, modernidade, estradas. Vocês têm que abandonar esses guerrilheiros do Talibã e ficar do nosso lado”. O líder dos pashtuns fala assim: “Nós só queremos que vocês vão embora; não queremos o dinheiro de vocês”.
Conclusão
Encerro mencionando o discurso de George Bush, quando ele foi até o Golfo e faz um discurso dentro do porta-aviões Nimitz, que pertence à quarta frota, que fica ancorado no Bahrein, no dia 1º de maio. Atrás do presidente havia uma grande faixa que dizia: Mission Accomplished (Missão Cumprida). Posteriormente, em 2008, ele admitiu que foi um grave erro ter escrito isso na faixa (26).
Ele destruiu o Iraque, tomou o Iraque, invadiu, destitui o governo de Saddam e, em alguns meses depois, o assassinou. Essa era a “missão”. Além de tudo, roubou-lhe todo o seu petróleo, que pode ser extraído até 2021, quando começaram a sair lentamente.
Um dos meus livros sobre política Internacional, chama-se Iraque – Cronologia de uma ocupação. Acho que pouca gente conhece. É um livro de 512 páginas, muito ilustrado. Esse livro pode ser encontrado no meu site (27). Eu conto a história da ocupação do Iraque no dia a dia, antes, durante e depois da invasão. Inclusive os EUA fazem até um arremedo de eleições, tudo fraudado, tudo forjado, para colocar um testa-de-ferro deles.
A política desenvolvida por Bush, a partir dali é: “ou está conosco ou está contra nós”. Eles são os mocinhos, todos os outros são bandidos, terroristas. Mas, pior do que isso, ele usou um termo, no discurso que ele fez no dia 1º de maio de 2003, ele disse assim: “faremos uma cruzada para libertar o Iraque e o Afeganistão dos terroristas”. Ele só se arrependeu de ter usado essa palavra no ano seguinte, em 2004 (28). Como diz o provérbio árabe: “a palavra quando é disparada, você não consegue recuperar o que você já falou”.
Esta palavra “cruzada”, caiu como uma bomba para os muçulmanos. Foram feitas, no mínimo, seis Cruzadas, sendo a primeira delas em 1099, para recuperar Jerusalém das mãos dos que eles classificavam como infieis, que eram os muçulmanos, que estavam em Jerusalém desde 636. Essa conquista foi feita quando era Califa Omar Ibn Ali Khattab que chegou na cidade e, de forma pacífica, a conquistou. Ele foi recebido pelo Patriarca Cristão da cidade, chamado Sofrônius (29).
Os muçulmanos protestaram no mundo inteiro contra essa discriminação. Até os cristãos não gostaram. O papa à época era João Paulo II (Karol Woytila), um papa de direita, mas que se pronunciou contra a guerra, contra a invasão, pronunciou-se a favor do Estado da Palestina, posição essa que o Vaticano sempre defendeu.
Finalizo falando mais uma vez de outro filme que tem em várias plataformas de streaming. É o filme chamado O Mauritano de 2021. Trata-se de uma história verídica de um muçulmano que é preso logo na primeira cena do filme, na Mauritânia, país árabe do Norte da África. Seu nome é Mohammedou Slahi. Ele é preso e passa por vários países até chegar à base de Guantánamo, uma prisão clandestina dos Estados Unidos, que fica na Baía de Guantánamo, em Cuba (30).
Lá é uma base militar estadunidense dentro da Ilha revolucionária de Che e Fidel. Eles não conseguiram expulsar os Estados Unidos desse local e eles acabaram construindo uma prisão que tem quase 800 presos, que não são atingidos pelas leis estadunidenses. Ali se pratica oficialmente a tortura. No final do filme tem aqueles letreiros, um deles informando que apenas oito pessoas conseguiram sair livres daquele presídio.
Mohammedou foi acusado de ser o equivalente ao Sheik Mohammed, que foi o grande recrutador dos 19 terroristas. Mas ele não teve nenhuma participação nos atentados. Ele dizia o tempo todo: não fui eu, não tenho ligação nenhuma com os atentados. O filme tem cenas fortes de tortura.
Quem faz o papel da advogada de defesa dele é Jodie Foster. O filme retrata uma realidade que não é muito antiga, é recente. A advogada, no início, não tem muita certeza de que ele seja inocente, mas ela fala que todas as pessoas têm direito a defesa, que é a essência da profissão do advogado.
O que faz o promotor de acusação é Benedict Cumberbach, ator inglês shakespeariano. O filme se desenrola, sendo que os documentos que são fornecidos à advogada estão todos censurados, com riscos em preto. A advogada protestou: “como é que eu posso defender o meu cliente se não posso ler todo o processo”. Ele tem mais de 20 mil páginas, mais de 100 caixas, e tudo censurado e tarjado em preto.
E aí ela consegue o direito a ir às caixas originais antes da censura. E aí ela viu o que fizeram com o réu e, ao mesmo tempo, o promotor encarregado da ação para defender os Estados Unidos, para provar que ele era mesmo terrorista, também tem acesso a esses documentos. E aí nada mais posso escrever sobre o filme para não contar o principal.
Notas
18) No último dia 23 de julho de 2021, concedi uma entrevista a um canal de muçulmanos xiitas no Brasil sobre meu entendimento de sua passividade, contestando que eles estão radicais. Essa entrevista pode ser lido neste link <Política, governo e perseguição no século XX // Lejeune Mirhan // Xiismo e Xiita (Pt10)>;
19) Existem muitas traduções do Alcorão para o português do Brasil. A melhor é do Prof. Samir El Hayek. Tenho a 6ª e última versão de 2016. Essa citação está na página 39. Trata-se da surata Al Bacara, nos versículos 190 e 191;
20) O artigo que aqui mencionei está na forma de capítulo do meu livro citado na referência 10, localizado nas páginas 23 até a 44;
21) Os originais em inglês desse documento reacionários dos EUA pode ser acessado aqui <PDF>;
22) Vejam aqui informações sobre tortura nos EUA em 2001 <EUA: documentos revelam torturas de presos após atentados de 2001>;
23) Mais informações sobre o lançamento das duas bombas atômicas podem ser acessadas aqui neste link <Bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki>;
24) Leia aqui neste link <Como George W. Bush chegou ao poder em 2000 após disputa na Suprema Corte> todas as informações sobre as fraudes na eleição de George W. Bush no ano de 2000;
25) Sontag, Susan. Regarding the Pain of Others (Diante da dor dos outros), Companhia das Letras, 2003;
26) A polêmica do termo “Missão cumprida” só foi admitida no ano seguinte. Veja mais informações nesta reportagem <Washington admite que errou ao dizer “missão cumprida” no Iraque>;
27) Um dos meus livros sobre o Oriente Médio chama-se Iraque – cronologia de uma ocupação. Publicado em 2020 pela minha editora Apparte e tem 520 páginas;
28) Também a imensa polêmica causado pela frase inábil só foi admitida tempos depois. Veja mais detalhes neste link <Bush lamenta ter chamado de ‘cruzada’ a guerra contra o terror >;
29) Omar Ibn Al-Khattab foi o segundo Califa, de quatro chamados Rashidun – que quer dizer “Bem orientados”. Mais detalhes sobre sua vida pode ser obtido neste link <Omar>;
30) Veja neste link <O Mauritano (2021): importante documento histórico> a sinopse do filme O Mauritano.
Texto em português do Brasil