A União dos Movimentos Democráticos e Patrióticos (UMDP) emitiu um comunicado a discordar das declarações públicas prestadas pelo General Lere Anan Timur, Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Timor-Leste.
A UMDP, presidida por José Ramos Horta, ex-presidente da RDTL e Prémio Nobel da Paz, emitiu um comunicado oficial a manifestar a sua discordância em relação às declarações do General Lere, prestada aos órgãos de comunicação social de Timor-Leste, a propósito das candidaturas para as eleições presidenciais em Timor-Leste.
No teor das declarações do General Lere havia o pressuposto de que Kay Rala Xanana Gusmão não devia apoiar nenhum candidato para Presidente da República.
Ora, na opinião da UMDP, apesar de terem um grande respeito e amizade pelo General Lere como tendo sido um dos líderes militares, entre outros, e que contribuiu para a luta de libertação nacional de Timor-Leste, há o entendimento, segundo o qual, Kay Rala Xanana Gusmão, na qualidade de líder histórico da resistência, no respeito pela Constituição da RDTL, e num quadro de vivência democrática e de liberdade, pode apoiar os candidatos que bem entender para a Presidência da República Democrática de Timor-Leste (RDTL).
É um direito de Xanana Gusmão apoiar quem quer que seja
Segundo a UMDP, “é um direito de Xanana Gusmão apoiar quem quer que seja” e este facto,
“.. não demonstra a redutibilidade do seu carisma e moral como Pai da Nação e Líder do povo em marcha pela sua emancipação na busca de uma plena liberdade e direitos consagrados na Constituição da RDTL”.
(UMDP)
As controvérsias que por vezes sucedem em momentos que antecedem eleições em Timor-Leste quase sempre geram debates e posicionamentos públicos que de certa maneira colocam em relevo as idiossincrasias de cada um e os pensamentos políticos dos vários protagonistas envolvidos na corrida eleitoral, nem sempre aceitáveis, por violarem os princípios fundamentais da democracia e da liberdade, em colisão com a Constituição da República Democrática de Timor-Leste.
Neste aspecto, a UMDP é peremptória no entendimento de que estas tomadas de posição não contribuem para a coesão social.
“A Constituição, no seu artigo 75º, determina concisa e claramente critérios básicos a quem quiser concorrer às presidenciais, mas nada afirma ou torna claro que só aos membros da Frente Armada lhes assiste o direito de concorrer com apoio do Líder carismático, Kay Rala Xanana Gusmão”.
(UMDP)
No entender da UMDP, o Estado timorense foi construído com sangue, lágrimas e sofrimento, envolveu todo o povo, e recusam aceitar que determinadas declarações políticas possam perturbar a coesão social.
“Neste Estado de Direito Democrático que construímos com sangue, lágrimas e sofrimento, esperamos que Sua Excelência o Presidente da República, enquanto Comandante Supremo das Forças Armadas, deva solicitar a todo o militar efectivo em efectividade de funções a abster-se de fazer declarações políticas que não contribuem para a coesão social e não dignificam o processo de Construção do Estado”.
A libertação de Timor-Leste da ocupação da Indonésia foi obra de todo um povo e que cada cidadão participou na luta, envolvida nas três grandes frentes (Frente Armada, Frente Clandestina/Urbana e Frente Diplomática) da Luta de Libertação”.
(UMDP)