A votação para a eleição do próximo presidente da República Democrática de Timor-Leste para o período 2022-2027 decorreu no dia 19 de Março de 2022, entre as 7:00 e as 15 horas. Ramos Horta, na tarde do dia 20, após 50% de resultados apurados, estava em primeiro lugar com 44% dos votos, enquanto Francisco Guterres / Lú-Olo estava em segundo lugar com 24,5%.
Caso se confirme a vitória de José Ramos Horta na primeira volta haverá uma moção de censura ao governo. Em conferência de imprensa, na tarde de Domingo, em Díli, o futuro Presidente da República afirmou que irá haver eleições antecipadas, tendo criticado o governo chefiado por Taur Matan Ruak a propósito deste estar a apregoar que deseja remodelar o governo, uma remodelação a um terço do mandato de cinco anos, segundo Ramos Horta, “não cabe na cabeça de ninguém”.
Críticas ao STAE e ao Governo sobre centros de votação paralelos
O futuro Presidente da República fez duras críticas ao Secretariado Técnico Eleitoral (STAE) por não saber ter gerido e organizado os centros de votação paralelos. Ficaram de fora muitos eleitores que se queixaram dos prazos de inscrição terem sido curtos e da má orientação.
Entretanto, para além do Ministério da Administração Estatal, quem também foi acusado de incompetência por um observador nacional foi o Ministro do Ensino Superior e Cultura porque as listas dos eleitores que desejavam votar nos centros paralelos foram entregues às universidades mas tudo funcionou mal e fora dos prazos devido à falta de supervisão por parte do Ministro do Ensino Superior.
Boletins de voto começaram a chegar à Sede Nacional da CNE em Díli
O apuramento municipal dos resultados e envio das actas eleitorais e demais elementos, incluindo votos nulos, protestos e reclamações que existam, começaram a ser enviados à Comissão Nacional de Eleições (CNE), com cópia ao Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, entre os dias 19 e 21 de Março de 2022.
A CNE procede ao apuramento final dos resultados entre os dias 22 e 24 de Março, elabora as actas provisórias do apuramento do resultado nacional e afixa-as na sua sede, com cópia para o STAE e órgãos de informação, no período compreendido entre os dias 25 e 27 de Março.
A interposição de eventuais recursos em relação aos resultados eleitorais, acontecem num prazo de 24 horas. No mesmo espaço de tempo, a 29 de Março, o Tribunal decide sobre os recursos. Caso não haja recurso, a CNE remete para o Tribunal a acta dos resultados. A documentação enviada pela CNE ao Tribunal é analisada, os resultados são validados, proclamados, bem como o número de eleitores inscritos, votantes, votos em branco, nulos e votos atribuídos a cada candidato. O Jornal da República publicará o acórdão do Tribunal de Recurso no dia 01 de Abril.