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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Pandemia de COVID ‘não está nem perto do fim’, diz chefe da OMS

Tedros Ghebreyesus alerta que os números de casos continuam aumentando, pressionando os sistemas de saúde e sobrecarregando os trabalhadores. Depois que o Brasil decretou o fim da Emergência de Saúde Pública, em maio, houve 8 mil mortes por covid.

A pandemia de coronavírus “não está nem perto do fim”, alertou o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), citando novas ondas em todo o mundo e expressando preocupação de que o vírus esteja “correndo livremente”. As recomendações incluem a exigência de máscaras, testagem e reforço vacinal, que vêm sendo reduzidos em todo o mundo.

Tedros Adhanom Ghebreyesus disse estar preocupado com o fato de o número de casos continuar a aumentar e “pressionar ainda mais os sistemas de saúde e os profissionais de saúde sobrecarregados”. É preciso considerar também as dificuldades estatísticas de vários países, como no caso do Brasil, onde a testagem vem sendo negligenciada, assim como as notificações de casos. Ou seja, os números podem ser ainda maiores.

“À medida que o vírus nos empurra, devemos reagir. Estamos em uma posição muito melhor do que no início da pandemia”, disse ele em entrevista coletiva em Genebra na terça-feira.

Em meio ao aumento da transmissão da covid e ao aumento das hospitalizações, Tedros instou os governos a “implantar medidas testadas e comprovadas, como mascaramento, ventilação aprimorada e protocolos de teste e tratamento”.

O comitê de emergência da OMS sobre a pandemia se reuniu na sexta-feira por videoconferência e determinou que a pandemia continua sendo uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, o alarme mais alto que a OMS pode soar. A agência de saúde da ONU declarou pela primeira vez o alerta para covid em 30 de janeiro de 2020 – uma determinação que pode ajudar a acelerar pesquisas, financiamentos e medidas internacionais de saúde pública para conter uma doença.

Em 22 de maio, o Ministério da Saúde brasileiro decretou o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), numa atitude imprudente que dificulta o trabalho de estados e municípios no controle da pandemia. No entanto, de lá para cá, o país registrou 8.230 mortes pela doença e a média móvel de mortes diárias registrou alta estarrecedora de 143,5%, nesse período, coincidindo com o fim da emergência.

Epidemiologistas brasileiros lamentaram no PV a medida. Entre as críticas está a de que, até hoje, não é permitida a vacinação em crianças menores de 5 anos, além de haver atraso e lentidão na vacinação das crianças de 5-11 anos.

Sem protocolos e testes

Enquanto isso, o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, disse na reunião que os casos globais de covid relatados à OMS aumentaram 30% nas últimas duas semanas, em grande parte impulsionados pelas subvariantes da Omicron BA.4, BA.5 e pela suspensão de protocolos sanitários.

Ryan disse que mudanças recentes nas políticas de testes estão dificultando a detecção de casos e o monitoramento da evolução do vírus.

O comitê enfatizou a necessidade de reduzir a transmissão do vírus, pois as implicações de uma pandemia causada por um novo vírus respiratório não seriam totalmente compreendidas, disse a OMS em comunicado na segunda-feira.

O grupo expressou preocupação com as reduções acentuadas nos testes, resultando em vigilância reduzida e sequenciamento genômico.

“Isso impede as avaliações das variantes atuais e emergentes do vírus”, disse a OMS, alimentando a incapacidade de interpretar as tendências na transmissão.

O comitê disse que a trajetória da evolução do vírus e as características das variantes emergentes permanecem “incertas e imprevisíveis”, com a ausência de medidas para reduzir a transmissão aumentando a probabilidade de “emergir novas variantes mais aptas, com diferentes graus de virulência, transmissibilidade e imunidade”. potencial de fuga”.


por Cézar Xavier | Texto em português do Brasil

Exclusivo Editorial PV / Tornado

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