A guerra da Ucrânia não é uma “operação militar” (“especial” ou não), é uma guerra que se desenvolve, ao mesmo tempo, em vários tabuleiros e em que o “militar” pode nem ser (ou vir a ser) o mais importante, mas apenas o que serve para desencadear outras acções e outras dinâmicas que poderão tornar-se as decisivas, ou seja, uma espécie de detonador.
É, portanto, uma “hybrid war”, como o povo, as criancinhas e os políticos mainstream já começam a ver. Uma guerra híbrida que, como os manuais russos das últimas três décadas a concebem e definem, se desenrola, em simultâneo, nos tabuleiros da política, da informação, da economia e do militar, utilizando uma larga palete de técnicas e de metodologias para confundir, desnortear e desorientar o inimigo (mais do que para o vencer no campo militar). Uma guerra em que nada é proibido e tudo é permitido, tal como na versão chinesa, chamada de “Unrestricted Warfare“.
A guerra de informação aqui desempenha um papel fundamental ao permitir moldar as mentes e os corações das populações do inimigo. A escola russa de guerra de informação sempre adoptou uma posição de “fraco” a enfrentar o “forte”, sempre deu a primazia aos “conteúdos” e não, como a americana o faz, aos “continentes” e, desde há quase um século, desenvolveu como uma das suas armas principais o que Estaline cunhou como “dezinformatsiya”… Caso exemplar e recentíssimo desta guerra de informação e da sua “dezinformatsiya” é o referido na foto acima.
Exclusivo Tornado / IntelNomics