67ª SEMINCI – Semana Internacional de Cinema de Valladolid
Com a proclamação e entrega dos prémios e a exibição de Master Gardener, de Paul Schraeder, encerra esta noite a edição de 2022 da SEMINCI. Uma vez mais o cinema animou a cidade de Valladolid, este ano sem os constrangimentos dos dois anos anteriores resultantes da pandemia.
Sem limitações de lotação o público pôde, desta feita, encher muitas vezes as salas de cinema. Registe-se também a presença de um grande número de realizadores e outros intervenientes nas obras apresentadas.
Enquanto se espera o veredicto dos vários júris do certame referimos neste texto algumas das inúmeras actividades que durante uma semana suscitaram o interesse de quantos participaram nesta mostra cinematográfica.
A primeira nota vai para a filmografia especialmente convidada para esta edição. A Irlanda foi o país convidado e, assim, esteve à disposição dos espectadores do festival um significativo número de obras daquele país britânico.
18 longas metragens (os quais 4 documentários) e 5 curtas integraram o ciclo organizado em colaboração com The Irish Film Institute, Culture Ireland e Embaixada da República da Irlanda em Espanha e que permitiu ver (ou rever) alguns dos títulos mais significativos do cinema irlandês das últimas décadas.
Neil Jordan, um dos grandes nomes do cinema irlandês, vencedor de um ´’Óscar’ com ‘Jogo de Lágrimas’ e da ‘Espiga de Ouro da SEMINCI com ‘Mona Lisa’ está representado neste ciclo com Breakfast on Pluto (2005).
De outro nome maior, Jim Sheridan (‘Espiga de Honra’ desta edição, como adiante se refere), seis vezes nomeado para os ‘Óscares’ e vencedor do Urso de Ouro de Berlim com ‘Em Nome do Pai’ pôde ser visto In America (2002). Jim Sheridan escreveu o argumento de Into the West (1992) realizado por Mike Newell e que também integra esta retrospectiva.
As outras longas metragens deste ciclo foram:
- Disco Pigs (2000) de Kirsten Sheridan;
- Song for a Raggy Boy (2003) de Aisling Walsh;
- Adam & Paul (2004), de Lenny Abrahamson;
- Once (2007), de John Carney
- Helen (2008), de Christine Molloy e Joe Lawlor;
- Eamon (2009) de Margaret Corkery;
- The Fading Light (2009), de Ivan Kavanagh;
- Mammal (2016), de Rebecca Daly;
- Rosie (2018), dePaddy Breathnach;
- Sea Fever(2019), de Neasa Hardiman;
- Redemption of a Rogue (2020), de Philip Doherty; e
- Bicycle Thieves: Pumped Up (2021), de Conor O’Toole.
e os documentários One Million Dubliners (2014), de Aoife Kelleher, The Queen of Ireland (2015), de Conor Horgan, The Farthest (2017), de Emer Reynolds e Song of Granite (2017), de Pat Collins.
As curtas metragens exibidas, todas de animação, foram From Darkness (2002), de Nora Twomey. An Cailleach Bhéarra (2007), de Naomi Wilson, The Bird & The Whale (2016), de Carol Freeman, premiado nos festivais de Los Angeles, Montreal e Dublin, Late Afternoon (2017), de Louise Bagnall, nomeado para o ‘Óscar’ e Departure (2017), de Aoífe Doyle.
“Spanish Cinema”
A habitual mostra de promoção do cinema espanhol produzido no último ano apresentou;
- 100 días con la Tata, documentário de Miguel Ángel Muñoz;
- El Agua, de Elena López Riera, que participou nos festivais de Cannes e de San Sebastián e vai estar no LEFFEST;
- Alcarràs, de Carla Simón, ‘Urso de Ouro’ do Festival de Berlim;
- As Bestas, de Rodrigo Sorogoyen, Prémio do Público em San Sebastián;
- Cinco Lobitos, de Alauda Ruiz de Azúa, presente no Festival de Berlim e vencedor de cinco prémios no Festival de Málaga;
- Las Gentiles, de Santi Amodeo;
- Mi vacío y yo, de Adrián Silvestre, premiado em vários festivais;
- Modelo 77, de Alberto Rodríguez, filme de abertura do Festival de San Sebastián;
- Suro, de Mikel Gurrea, prémio FIPRESCI e prémio Irizar em San Sebastián;
- Tenéis que venir a verla, de Jonas Trueba;
- Un año, una noche, de Isaki Lacuesta, prémio do Júri Ecuménico no Festival de Berlim;
- Unicorn Wars, de Alberto Vázquez, filme de animação que participou no Festival de Annecy.
“Espigas de Honor”
A ‘Espiga de Honor’ é o prémio de carreira da SEMINCI. Nesta 67ª edição foram atribuídos sete galardões, seis deles para personalidades espanholas do mundo do cinema: o cineasta irlandês Jim Sheridan, os actores Victoria Abril e Antonio Resines, os realizadores Fernando Colomo e Manuel Gutiérrez Aragón, o produtor Andrés Vicente Gómez e o realizador leonês Chema Sarmiento.
Cinema com música ao vivo
Retomando uma tradição interrompida nos últimos dois anos devido à pandemia teve lugar ontem, no belo Auditório Miguel Delibes, um cine-concerto em que foi exibido o filme mudo La Aldea Maldita realizado em 1930 por Florián Rey, autor já referido em peça anterior. A projecção foi acompanhada ao vivo pela música do compositor catalão Raül Refree. Também produtor, Raül Refree tem várias colaborações no cinema nomeadamente em filmes de Isaki Lacuesta, e produziu trabalhos discográficos de gente como Ricky Martin, Rosalia, Silvia Pérez Cruz ou a nossa Luísa Sobral.