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Sábado, Dezembro 21, 2024

Bilionários são notícias velhas; o mundo logo vai ter seu primeiro trilionário

Se você está pensando em termos de “a classe bilionária versus o resto de nós”, é hora de atualizar sua terminologia.

O mundo pode ter seu primeiro trilionário dentro de uma década, enquanto o espaço entre os ricos e pobres se tornou “sobrecarregado”, a organização contra a pobreza Oxfam International disse no início de janeiro, em sua avaliação anual de desigualdades globais, chamada Inequality Inc.

 

Espaço entre ricos e pobres se tornou “sobrecarregado”

No relatório, cronometrado para coincidir com as elites políticas e de negócios do mundo se reunindo no resort de esqui suíço de Davos para o encontro anual do Fórum Econômico Mundial, a Oxfam disse que o espaço entre ricos e pobres se tornou “sobrecarregado” desde a pandemia de COVID-19.

As fortunas dos cinco homens mais ricos – o chefe executivo da Tesla, Elon Musk, Bernard Arnault e sua família de empresa de bens de luxo LVMH, o fundador da Amazon, Jeff Bezos, o fundador da Oracle, Larry Ellison, e o guru de investimentos Warren Buffett – aumentaram em 114% em termos reais desde 2020, quando o mundo estava cambaleando da crise do coronavírus.

Mas, mesmo quando a pandemia recuou, o ritmo em que os mais ricos entre nós têm acumulado acelerou ainda mais. As fortunas dos bilionários estão aumentando, mesmo quando pelo menos 1,7 bilhões de trabalhadores vivem em países em que a inflação está ultrapassando o crescimento dos salários.

 

O mundo está entrando em uma “década de divisão”

O diretor executivo interino da Oxfam no Reino Unido, Amitabh Behar, disse que o relatório mostrou que o mundo está entrando em uma “década de divisão”.

Ele disse: “Nós temos os cinco principais bilionários. Eles dobraram sua riqueza. Do outro lado, quase cinco bilhões de pessoas se tornaram mais pobres.

“Muito cedo, a Oxfam prevê que nós vamos ter um trilionário dentro de uma década, enquanto para lutar contra a pobreza, nós precisamos de mais de duzentos anos”, ele adicionou. O termo trilionário, para aqueles fazendo as contas, se referiria a uma pessoa cuja riqueza some a mil bilhões de dólares – são doze zeros.

Elon Musk, um dos homens mais ricos do planeta, tem uma fortuna pessoal apenas sob $ 250 bilhões, de acordo com a Oxfam, que usou números da Forbes.

Por contraste, quase 5 bilhões de pessoas se tornaram mais pobres desde a pandemia, com muitas das nações em desenvolvimento do mundo incapazes de dar apoio financeiro durante os lockdowns, que as nações mais ricas podiam dar.

“O acentuado aumento da riqueza bilionária e crescimento do poder corporativo e de monopólio”, o relatório declarou, “estão profundamente conectados”. Sua análise mostra que os lucros das megacorporações são usados para beneficiar acionistas às custas dos trabalhadores e da gente comum.

 

Desigualdades de gênero, raça e econômica

O artigo gasta significativa atenção examinando o quanto o poder corporativo e de monopólio explorou a desigualdade – e o como o poder corporativo explora e amplia as desigualdades de gênero e raça, assim como a desigualdade econômica.

Oxfam diz que o mundo está em “uma nova era de monopólio”, na qual as corporações controlam os mercados, definem os termos das trocas e “lucram sem medo de perder negócios”.

Se houver alguma esperança para o mundo, a Oxfam diz que uma agenda de “combate à desigualdade” deve ser perseguida, o que inclui a permanente taxação dos mais ricos em cada país, taxação mais efetiva das grandes corporações e esforços renovados para acabar com a evasão fiscal.

A organização disse que os governos devem considerar estabelecer seus próprios “monopólios públicos” ou “opções públicas”: em setores que são propensos a serem capturados pelo poder corporativo, incluindo energia, transporte e finanças.

Ela também apontou para esforços antitruste contra corporações como a Amazon e a Apple nos EUA como exemplos do que deve ser copiado. “Aumentos radicais nos impostos” nas corporações e indivíduos super ricos também estão na lista do que fazer.


Texto em português do Brasil, com tradução de Luciana Cristina Ruy

Fonte: Peoples World

Exclusivo Editorial Rádio Peão Brasil / Tornado

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