O Centro de Investigação e Formação Avançada da Universidade de Díli organizou uma importante Palestra Internacional. A palestrante referiu que é imprescindível valorizar a Inteligência Contextual e o Pensamento Sistémico na produção de projectos científicos porque reforça de forma significativa o impacto social.
Cláudia Vaz, Investigadora Coordenadora do Centro de Investigação e Formação Avançada (CIFA) da Universidade de Díli (UNDIL), doutorada em Ciências Sociais na especialização em antropologia pela Universidade de Lisboa, proferiu no passado dia 27 uma palestra científica, inédita em Timor-Leste, em língua portuguesa, tendo invocado dez competências comportamentais associadas à Inteligência Contextual num cenário de produção científica.
Esta actividade científica da UNDIL, e outras que se seguirão, têm como principal objectivo a promoção da língua científica em contexto académico de produção, cooperação e comunicação de saberes e práticas em língua portuguesa, enquadradas na estratégia geral do Ministério do Ensino Superior, Ciência e Cultura (MESCC).
Conforme referiu a investigadora, a Inteligência Contextual e o Pensamento Sistémico são competências comportamentais fundamentais no desenho de projectos científicos significativos e, numa linha de raciocínio semelhante à de reputados autores, como Joseph Nye e Matthew Kutz, Cláudia Vaz explicou que a inteligência contextual, sendo uma competência comportamental:
“o seu aprimoramento exige intenção, uma vez que pressupõe o ajustamento de quadros mentais, aprendidos e apreendidos como universais a situações reais concretas, com características diversas (passadas, presentes ou futuras)”.
Durante a Palestra Internacional, Cláudia Vaz, invocando os pensamentos de Mica Endsley, no âmbito da construção de projectos de investigação científica referiu-se igualmente à relevância da “Consciência da Situação”:
“Já foi demonstrada a importância da Consciência da Situação (CS) na tomada de decisões em ambientes dinâmicos bem como a utilidade de ter em conta a CS em modelos de tomada de decisão”.
A exposição desta antropóloga foi de alto nível científico internacional e não é fácil nesta breve nota reflexiva destacar todas as suas recomendações, contudo, em todo o momento da sua intervenção salientou que no âmbito de um projecto de pesquisa, para além das questões clássicas na tomada de decisões, O Quê? Como? Por quê? Para quê? Quando? Quem? Onde?, não se deve ignorar a importância da Inteligência Contextual.
A Inteligência Contextual resulta de aprendizagens
Para Cláudia Vaz, antropóloga por excelência, a Inteligência Contextual:
“é uma super competência do desenho estratégico do projecto, facilitadora de um alto desempenho e impacto nos resultados (outputs e outcomes)”.
Para fundamentar a pertinência da Inteligência Contextual na construção de projectos científicos, tendo-se inspirado em Kutz, a investigadora do CIFA – UNDIL em jeito de conclusão referiu que a Inteligência Contextual é resultante de três aprendizagens:
- Aprender a pensar em quatro dimensões multiníveis;
- Aprender a usar de forma estratégica e integrada um conjunto de comportamentos implícitos à IC;
- Aprender a potenciar a subjetividade humana intrínseca a todo o trabalho desta natureza.
Esta Palestra Internacional, intitulada “O valor da Inteligência Contextual (IC) na produção de projectos científicos com propósito e impacto social. Proposta de um modelo”, apresentada pela minha querida colega e amiga Cláudia Vaz, não só encantou a minha pessoa, mas todo o auditório da Universidade de Díli, constituído por membros da reitoria, decanos, vice-decanos, três representantes do MESCC, docentes, investigadores do CIFA, Jornalistas da Televisão Pública e cerca de 200 estudantes.