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Quinta-feira, Novembro 21, 2024

Acordo sobre a Síria: processo de paz espera pela implementação

Foto publicada por John Kerry, no Twitter,depois do encontro com Lavrov, em Munique
Foto publicada por John Kerry, no Twitter,depois do encontro com Lavrov, em Munique

O Grupo Internacional de Apoio à Síria (que inclui 17 países, entre eles os EUA, a Rússia e toda a Liga Árabe) chegou a acordo, na noite de Quinta para Sexta-Feira, para uma “cessação das hostilidades” na Síria, dentro de uma semana, e um acesso intensificado dos civis a transportes de ajuda humanitária.

O acordo conseguido em Munique na noite de Quinta para Sexta-Feira é tão urgente quanto frágil, até porque o cessar-fogo não tem a assinatura do auto-proclamado “Estado Islâmico” nem da frente Al-Nusra (o braço sírio da Al-Qaeda) e há muitas dúvidas quanto à vontade das restantes partes envolvidas no conflito de honrar o compromisso.

Consciente disto, a chefe da diplomacia Europeia, Federica Mogherini, aclamou com satisfação a assinatura do documento, mas frisou que “Agora, o teste real vai ser a implementação do que foi acordado esta noite”.

O cessar-fogo permitiria refrear a barbárie num conflito que dura há 11 anos e já custou a vida a 470 mil pessoas, segundo um relatório publicado esta Quinta-Feira pelo Syrian Center for Policy Research. Desde o início da guerra, em Março de 2011, 11,5% da população da Síria morreu ou ficou ferida.

Há ainda muitas questões importantes por resolver e os EUA e a Federação Russa impõem-se como polícias da implementação do acordo.

Em conferência de imprensa, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, sublinhou que quanto aos problemas humanitários.

“Estamos convencidos de que hoje conseguimos chegar a acordo sobre os princípios das soluções, segundo a ideia de que o acesso à ajuda será facultado em toda a Síria a todas as áreas sitiadas, sem qualquer excepção”, e que “Isso será feito de forma integrada, para não discriminar ninguém”.

Para o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, “o regime de Bashar Al-Assad estava a violar a lei internacional ao tentar forçar a rendição através da fome” e “este processo estava de facto a fortalecer o Daesh e a fazer com que conseguisse tirar vantagem do caos”.

O representante dos rebeldes sírios insistiu que o processo de paz está dependente da concretização do acordo no terreno. “Quando verificarmos a implementação do acordo no terreno, estaremos prontos para o processo político”, declarou Salim al-Muslat.

Para já, o que as populações no terreno têm a agradecer aos beligerantes é terem aberto uma porta à ajuda humanitária, que para muitos chegará tarde de mais, mas é vital para os vivos.

“Nós não apenas concordámos em melhorar a situação humanitária, de uma forma geral, mas também que os primeiros transportes de ajuda humanitária vão acontecer este fim de semana”, explicou o ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier.

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