Ex-vocalista dos Genesis tem tido papel de relevo na divulgação da “World Music”
O inglês Peter Gabriel é um talentoso cantor/autor, fundador da banda Genesis, mas também com uma relevante carreira a solo. Nascido em Chobham, no condado de Surrey, a 13 de Fevereiro de 1950, Peter Brian Gabriel completa hoje 66 anos. “Happy Birthday” Mr. Gabriel.
Em 1967, com apenas 17 anos, Peter Gabriel, juntamente com os colegas da Escola Chaterhouse, Tony Banks, Anthony Phillips, Mike Rutherford e Chris Stewart fundou os Genesis – uma banda que iria lançar o seu primeiro álbum (“From Genesis To Revelation”) em 1969, embora sem êxito comercial. Na verdade, foi preciso esperar até à década de 70 para ver este grupo de rock progressivo tornar-se num dos mais populares da cena musical internacional – sobretudo, após a edição de três excelentes álbuns, em três anos consecutivos: “Nursery Cryme” (1971), “Foxtrot”, de 1972, (ver video) e “Selling England by the Pound” (1973).
Em Novembro de 1974, os Genesis iriam lançar a sua obra-prima, o duplo álbum “The Lamb Lies Down on Broadway”, mas a 15 de Agosto de 1975 o carismático vocalista e flautista Peter Gabriel abandonava o grupo. Com o saída de um elemento tão crucial parecia que os Genesis estariam à beira do fim, mas a banda soube contornar esta enorme dificuldade com o baterista Phill Collins a tornar-se vocalista.
E o sucesso comercial continuou, embora este Genesis estivesse bem longe do patamar de qualidade que conheceu com o “frontman” Peter Gabriel – que não se limitava a cantar, pois fazia-o de forma teatral, vestindo a pele de personagens imaginários, que combinavam na perfeição com a música da banda.
Peter Gabriel saiu do grupo e despiu também essas excêntricas roupas, limpou a cara das habituais pinturas com que surgia em palco e dedicou-se em exclusivo à música, interpretando uma notável carreira a solo. E também com sucesso de vendas, sobretudo quando em 1986 um single com a canção “Sledgehammer” chegou ao topo do top norte-americano, enquanto no Reino Unido atingia a 4ª posição no Top Ten.
Mas mais do que procurar escrever canções destinadas ao sucesso de vendas, Peter Gabriel preocupou-se em construir uma carreira coerente, sem olhar para os “charts”, mas sim procurando novos caminhos, novas sonoridades, de uma forma militante, intimamente ligada à sua actividade como activista dos Direitos Humanos.
Desde 1986 que Peter Gabriel se tornou num membro muito activo da Amnistia Internacional, lutando pela liberdade dos povos, denunciando os muitos atropelos à Liberdade nos quatro cantos do Mundo.
A partir do seu 3º álbum, o músico sentiu-se atraído por outras músicas, por sonoridades que andavam arredadas das prateleiras das discotecas e das rádios ocidentais, procurando inspiração na chamada “World Music”. A sua atracção por estes novos caminhos sonoros foi tal que decidiu mesmo criar um estúdio e uma editora — Real World Studios – capaz de divulgar desconhecidos autores/músicos do chamado (e esquecido) 3º Mundo. Foi graças a ele que o consumista Ocidente conheceu então a excelência de artistas como Yungchen Lhamo, Nusrat Fateh Ali Khan e Youssou N’dour, entre muitos outros. Peter Gabriel mantém-se em plena actividade enquanto artista e activista político, embora a sua última obra musical, o álbum “And I’ll Scratch Yours” date de 2013.