A pensar, sobretudo, nos jovens universitários, que indo estudar para fora se encontram impossibilitados de votar, um grupo de cidadãos decidiu criar uma petição pública pela introdução do sistema do voto electrónico.
Concebida antes das eleições legislativas do passado dia 4 de Outubro, a petição conta já com mais de 200 subscritores e os seus autores esperam que o número aumente nos próximos meses.
“Numa altura em que a política e os seus representantes conhecem a mais alta percentagem de desinteresse, e até repúdio, pela parte de um público cada vez mais afastado dos centros de decisão, é a própria democracia que está em causa. Um simples voto ganhou uma importância e dimensão ímpares”, afirmam os autores.
Os milhares de estudantes universitários que se encontram fora do país são, de facto, o principal motor desta acção pública, já que, para os autores, os jovens “querem participar activamente no presente e futuro do seu país com a única arma de que dispõem: o voto”. Contudo, exercer este direito fundamental “é tão complicado que o estudante ou trabalhador desiste”.
“É difícil votar quando nos afastamos da área de residência oficial. Somos obrigados a viajar, a perder horas, a gastar dinheiro, a perder dias de férias, obstáculos que fomentam a pura e simples desistência. Pior ainda quando se está num outro país: não se vota directamente nos poucos consulados que ainda resistem de portas abertas. E que se faz quando se está a milhares de quilómetros desses consulados onde, em muitos casos, nem o telefone atendem?”, questionam.
“Mas vivemos ou não a Era Digital?”, questionam os autores da petição, para quem o voto electrónico “é uma necessidade urgente”.
