O Laboratório Biotrial de Rennes – onde um ensaio com um novo medicamento provocou a morte de um voluntário e a hospitalização de mais quatro pessoas, também voluntárias neste teste – está de novo envolto em polémica.
Novas revelações surpreendentes, divulgadas pelo jornal Le Figaro, garantem que o mesmo medicamento já tinha provocado a morte de vários cães, quando estava a ser testado em animais, antes do teste ter sido alargado aos humanos.
A experiência terá causado a morte de vários cães e os outros sobreviventes sofreram lesões profundas no cérebro.
Mais de um mês depois do falhanço do ensaio clínico que provocou a morte numa pessoa saudável, o “Le Figaro” aponta novas falhas na condução desta experiência terapêutica. A “Agence Nationale de Securité du Médicament”, responsável em França pelos medicamentos, garantiu estar “a fazer a triagem das informações relativas ao inquérito em curso”.
O facto dos testes já terem provocado a morte dos cães antes de serem aplicados aos humanos “é uma informação de uma importância considerável”, comentou a o “Le Figaro” Daniele Piomelli, conceituada especialista em neurobiologia e farmacologia da Universidade da Califórnia.
A confirmarem-se este novos dados agora revelados, todo o protocolo de testes de novos medicamentos em seres humanos em França pode estar em questão, consideram vários especialistas.