Líderes da coligação Portugal à Frente e do Partido Socialista voltam a encontrar-se na terça-feira, ambos à espera do que vão propor para um entendimento. Presidente da República recebe António Costa na segunda-feira.
As quase três horas de reunião entre Pedro Passos Coelho, Paulo Portas e António Costa não resultaram na discussão de qualquer proposta concreta. Quer os socialistas quer a coligação não levaram nenhuma base negocial e ficaram à espera que cada um apresentasse qualquer condição para a governabilidade.
No final, o secretário-geral socialista considerou “a reunião bastante inconclusiva” e confessou que “tinha expectativas que sendo o PSD o maior partido parlamentar e cabendo-lhe o ónus da governabilidade, nos tivessem sido explicitadas as condições de governabilidade que a coligação entende terem de ser criadas neste quadro em que perdeu a maioria”.
Sempre num tom de prudência e sem querer revelar muito do que se passou no encontro, António Costa salientou que “quem tem a maior representação parlamentar tem o ónus de conduzir as conversações” e que “é normal que apresente o que tem a propor”. O líder socialista espera que cheguem brevemente ao PS propostas para serem discutidas, “desejavelmente”, já na próxima reunião de terça-feira e acrescentou que “com o PCP foi mais fácil, uma vez que havia matérias concretas em cima da mesa”.
Acompanhado por Paulo Portas, que não se dirigiu aos jornalistas e ia sorrindo e anuindo a tudo, Pedro Passos Coelho reconheceu que estão receptivos às propostas do PS e que na próxima reunião fará “um exercício mais atrevido”. Contudo, deixou claro que “não coloca linhas vermelhas” mas que tem um limite, que é a meta do défice. ”Não podemos deixar de respeitar as regras e condições de um Estado membro da União Europeia e da zona euro. (…) Não aceitaremos não cumprir as obrigações europeias”.
Passos Coelho afirmou a disponibilidade para discutir tudo com o PS, até “a composição ou formação do Governo, lugares na Assembleia da República, o programa do Governo e o Orçamento do Estado”, assegurando que não exclui “nenhuma solução que entendam colocar-nos como importante ou fundamental”.
Entretanto, o Presidente da República, Cavaco Silva, anunciou que vai receber António Costa na segunda-feira, após as reuniões entre PS, BE e PAN