É oficial. Marcelo Rebelo de Sousa confirmou o que há muitos meses toda a gente suspeitava: que é candidato à Presidência da República. Foi em Celorico de Basto, numa Biblioteca que ostenta o seu nome, que assumiu entrar na batalha que se segue à das Legislativas.
O até agora comentador televisivo garantiu que o mais fácil seria não ir à luta, mas que avança por entender estar em boas condições para ajudar o país a “sair de um clima de crise financeira, económica e social pesada e injusta que já durou tempo demais”. Para isso diz ser essencial que “haja convergências alargadas sobre aspectos fundamentais de regime”. Não é com governos a durarem “seis meses ou um ano”, com ingovernabilidade crónica e sem um horizonte que permita aos governados saberem com o que podem contar” que se consegue dar a volta à situação.
Mas, alertou que a estabilidade e a governabilidade não são um fim em si mesmos, mas um instrumento para “o combate à pobreza e à luta contra as desigualdades”.
Para justificar a convicção que tem de que será na Presidência o homem certo no lugar certo, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou a sua vasta experiência no ensino, na comunicação social, na vida associativa e na política. Destacou especialmente os conhecimentos que adquiriu ao nível do poder central e local e a sua passagem pela liderança do PSD, em que “viabilizei três orçamentos de Estado a pensar no interesse nacional, permitindo a um governo minoritário que durasse quatro anos”. Igualmente importante para o exercício do cargo é o conhecimento que tem da Constituição, como professor e até como eleito na Assembleia Constituinte que a elaborou. Por tudo isso, por uma questão de “gratidão” e para “não dizerem que fugi à prova do voto” resolveu então assumir que vai tentar suceder a Cavaco Silva em Belém.
Depois de várias personalidades políticas de direita serem dadas como potenciais candidatos à presidência, Marcelo Rebelo de Sousa é o primeiro a avançar e corre o risco de ser o único representante da área política representada por PSD e CDS. Como se sabe, Pedro Santana Lopes já atirou a toalha ao chão e, nos últimos dias, saíram notícias que davam conta da possibilidade de outro potencial candidato, Rui Rio, fazer parte do próximo Governo.
Ainda assim, terá vários adversários pela frente. Em princípio, à esquerda deverá contar com quatro: Maria de Belém, Sampaio da Nóvoa, Henrique Neto e Edgar Silva. Para além destes, também o professor universitário Paulo Morais já anunciou ser candidato.
Concorrentes que não parecem amedrontar o homem que, aos 66, praticamente em idade de reforma, dá um passo importante para concretizar um sonho de menino: ser Presidente da República.