A reunião desta segunda-feira vai servir essencialmente para o PAN perceber as propostas do PS e colocar em cima da mesa as políticas que levaram o partido a conseguir a eleição de um deputado.
Após ter sido a sensação das últimas eleições legislativas, ao conseguir eleger pela primeira vez um deputado, a nova vida do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) tem mais um capítulo. Na sequência das reuniões que o Partido Socialista (PS) tem vindo a realizar com os partidos com assento parlamentar, o PAN vai receber na sua sede a comitiva liderada por António Costa esta segunda-feira, a partir das 14.30 horas.
Este primeiro encontro “exploratório”, e que será “conduzido pelo PS”, vai servir essencialmente para “perceber o que é que o PS quer propôr e dar conta do que é a nossa visão política e dos principais eixos que devem orientar as nossas políticas”. André Silva, porta-voz do PAN e o deputado eleito pelo circulo eleitoral de Lisboa, revela ainda que “nenhuma decisão vai ser tomada e que acima de tudo o PAN vai ouvir”.
No actual quadro político, onde ainda não existem acordos para uma governabilidade estável quer à direita quer à esquerda, o PAN compromete-se a entrar em diálogo e negociações para “encontrar uma solução e perceber se há ou não possibilidade que vise acordos pontuais”. Mas André Silva deixa o aviso que qualquer entendimento “tem que ir ao encontro das necessidades do país e dos eixos de orientação do partido. O PAN será sempre fiel ao que defendeu nos últimos anos e assim se irá manter”.
Questionado sobre a possibilidade de António Costa convidar todos os partidos com assento parlamentar a formar Governo, com a excepção da coligação Portugal à Frente, o deputado eleito pelo PAN refere que “está tudo em aberto e depende do que se entende por acordos globais e por acordos pontuais. O PAN só fará acordos globais se houver uma intenção clara por parte dos principais grupos parlamentares de alterar o rumo de governação das últimas décadas”.
O que interessa é o teor das medidas e não quem as propõe.
Sem definir o PAN como um partido de esquerda ou centro-direita, André Silva assume que não vai estar na Assembleia da República para “dividir”, mas para unir “em torno de causas que são comuns”. Neste sentido, o mais recente partido com assento parlamentar “espera ver apoiadas as causas que são comuns a todos os partidos e vai apoiar as causas que são comuns ao que é o real bem-estar e felicidade dos portugueses, que são a protecção dos direitos e bem-estar das pessoas e dos animais e a preservação da natureza. Sempre que qualquer medida seja positiva ou que venha trazer algo de novo para alguma destas áreas, obviamente que o PAN estará ao lado independentemente da cor dessa medida. Não é importante a cor da medida mas sim o valor intrínseco”.