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Domingo, Novembro 24, 2024

Tenista russa Maria Sharapova apanhada nas malhas do doping

Joaquim Ribeiro
Joaquim Ribeiro
Jornalista

Sharapova

Quando vemos o mais recente caso de doping no desporto, o da tenista russa Maria Sharapova, não sabemos o que é mais grave quando um atleta é apanhado com vestígios de substâncias proibidas no seu organismo, com vista ao melhoramento do rendimento desportivo: ser descoberto pelas autoridades antidopagem ou deixar-se cair numa extensa e rentável teia de tráfico de substâncias dopantes.

A história do desporto está recheada de casos de campeões com pés de barro. O canadiano Bem Johnson venceu a final dos 100 metros dos Jogos Olímpicos de Seul e bateu o recorde do mundo, mas foi obrigado a entregar a medalha de ouro ao norte-americano Carl Lewis quando acusou doping na urina após a prova.

Outro caso que chocou o mundo do desporto foi o do ciclista norte-americano Lance Armstrong, que venceu sete vezes seguidas a Volta à França, entre 1999 e 2005. Depois de abandonar a carreira acabou por confessar que tinha tomado substâncias proibidas e perdeu todos os títulos que tinha conquistado.

Para os mais jovens, estes atletas são ídolos. Por isso, pior que o crime cometido é a vergonha de ser destronado do topo e cair no fundo, porque uma carreira desportiva que era exemplo para os outros transforma-se de um momento para o outro no pior que pode haver em alta competição: fazer batota.

No caso de Armstrong há outro aspecto que nos faz pensar. Como é que ele conseguiu vencer sete vezes o Tour de France com substâncias proibidas no organismo e nunca foi apanhado? Quantos mais é que fizeram o mesmo e nunca foram detectados?

Essas dúvidas são as mesmas que levam a desconfiar que o recente caso de Maria Sharapova é apenas a ponta do iceberg. A tenista russa acusou Meldonium durante o Open da Austrália, disputado em Janeiro. A atleta veio depois a público afirmar que não agiu intencionalmente, dado que aquele medicamento só passou a constar da lista de substâncias proibidas pela WADA (Agência Mundial Antidoping) precisamente em Janeiro.

Sharapova revelou que tomou o mesmo medicamento durante dez anos, antes de ser proibido. Mas não evitou perder vários patrocinadores importantes para a sua carreira, como a Nike, a TAG Heuer e a Porsche.

Outros atletas e dirigentes da modalidade não perdoam à tenista russa e têm-na criticado duramente pelo escândalo.

Em comunicado, a tenista de 28 anos reconheceu que devia ter dado mais importância a um e-mail que recebeu a 22 de Dezembro de 2015, a dar conta de mudanças no programa antidoping no ténis para 2016. Contudo, defendeu-se ao afirmar que a informação foi escassa e muito pouco clara.

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