“É fundamental reequipar, modernizar e construir capacidades para as Forças Armadas.” A afirmação é do ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, há escassos dias.
“O sistema portuário voltou a estar no centro da governação.” A afirmação é da ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, também há escassos dias.
Aconteceu algum milagre? Houve alguma intervenção divina protagonizada por S. Jorge ou pela Senhora de Fátima?
Ou haverá, agora, alguma luzinha de inteligência estratégica a brilhar nas trevas do vazio estratégico do Estado Português?
Seja a resposta a que fôr, estas duas manifestações indicam uma concepção de “governo” que vai muito além da “governança”…
Indicam também, neste governo, a existência de vontades para ultrapassar o vazio estratégico em que flutuava o triste e acéfalo governo de Passos/Portas (com uma ou duas muito notáveis e notadas excepções como o senhor secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu).
Se haverá “o engenho e a arte” de transformar em realidades estas manifestações de vontade é o que veremos nos próximos dois ou três anos.
Mas que ministros manifestem em público inteligência sobre as matérias da sua competência tem sido, há anos, fenómeno suficientemente raro para merecer ser bem assinalado.
