Donald Trump foi o alvo de uma manifestação de protesto, ocorrida em Nova York, nos EUA, no passado sábado. Duas mil pessoas manifestaram-se contra o seu discurso racista e os actos de violência que se registaram nos seus comícios.
A marcha da “Big Apple” decorreu entre dois empreendimentos do empresário e candidato à Casa Branca: o Trump International Hotel e a Trump Tower.
No mesmo dia, em Tucson, cidade do estado do Arizona, um apoiante de Trump foi detido por socar um manifestante e Corey Lewandowski, gestor da campanha de Trump, foi filmado a agarrar pelo pescoço outro manifestante. Três pessoas foram detidas, e várias foram atingidas com gás-pimenta pelas autoridades.
O grupo activista Democracy Now esteve na manifestação nova-iorquina para saber o que motivou os seus participantes
Mango Vega disse “nunca pensei que viveria numa sociedade onde o KKK se passeia durante o dia”, acrescentando que “os crimes de ódio estão a aumentar”. Este manifestante riposta contra a retórica “fora com os imigrantes” de Trump dizendo “estamos em 2016. Este país não seria nada sem os imigrantes”, acrescentando que é a diversidade racial que compõe a América.
Por sua vez, Ricardo Aca, outro manifestante, disse-se “ofendido pelos comentários racistas que Donald Trump fez sobre a comunidade mexicana”. A trabalhar no restaurante de um dos edifícios do candidato, revelou que fez uma série de fotografias em resposta às declarações proferidas pelo mesmo; não escondeu que teme ser despedido agora que tais fotografias foram divulgadas. Confessou estar “indocumentado”, praticamente ilegal nos EUA, enquanto se ouviam apoiantes de Trump a clamar pela construção do muro prometido.
Apoiantes de Trump negam violência
Do lado dos apoiantes de Trump, Sarah MacDonald, nega que sejam violentos. “Estamos aqui a fazer um protesto pacífico e só queremos mostrar às pessoas o outro lado.
Além, uma pessoa meteu-se connosco, a chamar-nos fascistas. Felizmente, há muitos polícias, por isso espero que nada de grave aconteça”. Por sua vez, Timothy Rosen, que assumiu não ser adepto de Trump, confessou concordar com o muro proposto pelo candidato, alegando que é preciso “assegurar a fronteira”, dizendo-se contente pelo facto de Trump colocar na agenda mediática esse assunto.
Opositores falam de “racismo”, “mentiras”, “insensibilidade” e “crueldade”
Marie Delus, uma manifestante que se opõe ao candidato, acusa-o de “racismo”, “mentiras”, “insensibilidade” e “crueldade”. A manifestante, que perdeu um sobrinho devido a um tiroteio, condena as declarações de Trump, que terá afirmado em tom de piada ser capaz de dar um tiro a uma pessoa em plena Quinta Avenida e mesmo assim ganhar votos.
Salma Metwally, uma imigrante muçulmana, cuja família nasceu no Egipto, assumiu ter-se mudado para os EUA em busca de uma vida melhor. Apresentou-se como estudante de Farmácia e insistiu que as bases da sociedade americana são os imigrantes. “Eles chegaram aqui, expulsaram os Americanos Nativos e tomaram conta . Por isso não têm direito de agora expulsar outras pessoas”.