Na mais que esperada apresentação oficial da sua candidatura à Presidência da República, a ex-presidente do PS, com figuras de peso do mundo socialista a assistir, garantiu que avança para ganhar, já que em democracia há eleições e não coroações.
Foi perante centenas de pessoas, onde estavam algumas personalidades do Partido Socialista (PS) como Almeida Santos e Jorge Coelho, que Maria de Belém anunciou a sua candidatura à Presidência da República. A ex-presidente socialista afirmou, por duas vezes para que não restassem dúvidas, que se candidata “a esta eleição para disputar a vitória”. Num claro desafio a Marcelo Rebelo de Sousa, que é apontado como o mais provável vencedor das eleições presidênciais de Janeiro do próximo ano e antevendo uma campanha acesa, salientou que “numa República democrática não há coroação nem nomeação para a Presidência. Há eleição”.
Segundo as suas palavras, Maria de Belém decidiu avançar para estas eleições por “imperativo patriótico e impulso de cidadania”, com o intuito de dar aos portugueses “um contributo pessoal e político para a melhoria da qualidade de vida”. Relembrou o seu trajecto político de 40 anos, onde foi deputada, ministra, autarca, presidente do PS, activista e ocupou cargos internacionais e sublinhou que a sua escolha foi “profundamente amadurecida. Foi uma decisão assumida com total autonomia e independência dos interesses, do momento político ou das agendas partidárias”.
Levantando o véu para a forma que conduzirá o seu mandato, caso seja eleita, a agora candidata a Belém afirmou que Portugal “precisa de um Presidente que saiba ser independente, saiba interpretar a vontade do povo e saiba dar voz às pessoas mais frágeis da nossa sociedade”, sem ter “programas políticos”. Isto para “dar um sentido de unidade e de pertença” e para “defender no âmbito da União Europeia a igualdade dos Estados-membros”. Maria de Belém salientou ainda “o importante papel que a economia social e solidária, a economia da cooperação e da partilha pode e deve desempenhar na redução das desigualdades”.
De relembrar que a Comissão Nacional do PS concedeu liberdade de voto aos socialistas entre os candidatos da sua esfera política na primeira volta das eleições presidenciais. Falta saber, após esta apresentação oficial, que espaço estará disponível para Sampaio da Nóvoa continuar com a sua candidatura à Presidência da República.