Esta quarta-feira os sindicatos representativos do sector são ouvidos na Comissão de Trabalho e Segurança Social.
A empresa que presta assistência a passageiros e bagagens em escala tinha informado que chegou ao fim a prestação de serviços à companhia “low-cost” Ryanair nos aeroportos de Faro, Lisboa e Porto. Para o presidente Jorge Ponce de Leão, esta é a via para conseguir assegurar a sustentabilidade da empresa.
Segundo o grupo parlamentar do PCP, os argumentos avançados pela administração da Portway para justificar o despedimento colectivo “são falsos” e todo o processo “assenta em pressupostos claramente fraudulentos”. “A Portway e a Ryanair acordaram desacordar, com potenciais ganhos para ambas e com perdas apenas para os trabalhadores, para o Estado Português e para a qualidade, fiabilidade e segurança da operação”, acusa.
A Portway, segundo maior operador nacional na assistência em escala, é uma empresa do Grupo ANA, privatizado à multinacional VINCI. De acordo com o PCP, “as perdas para o Estado traduzir-se-ão no assumir da maior parte dos mais de 7 milhões de euros anuais que agora a VINCI diz que poupará anualmente, através dos consequentes subsídios de desemprego.”
“Também a qualidade, fiabilidade e segurança da operação ficarão em causa”, acrescenta o grupo parlamentar, ao lembrar que os trabalhadores abrangidos têm muitos anos de profissão.
“A empresa pretende, pois, aproveitar a ocasião para despedir os trabalhadores com mais experiência, mais formação e carreiras profissionais mais longas, e por isso com salários mais elevados, aproveitar para despedir o essencial da estrutura sindical da empresa e ainda chantagear um conjunto de trabalhadores para aceitarem a passagem a trabalho a tempo parcial”, acrescenta o requerimento assinado pelos deputados Bruno Dias e Rita Rato.
Para tentar clarificar o processo de despedimento na Portway e, na sequência do pedido apresentado pelo PCP, na próxima quarta-feira, 20 de Abril, pelas 10 horas da manhã, a Comissão de Trabalho e Segurança Social recebe, em audição, os Sindicatos representativos dos trabalhadores do sector.