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Quarta-feira, Dezembro 25, 2024

Aumento da Natalidade: propostas

João Vasco AlmeidaO aumento da natalidade é imperioso em Portugal para que haja pessoas mais novas a pagar-nos as reformas, já que nós estoirámos tudo em auto-estradas e salvamentos de amigos banqueiros. Por isso impõe-se que a geração que ainda tem trompas e escrotos cheios de vitalidade fabriquem pessoas que nos encham a velhice de descontos, para ocuparmos o nosso lugar entre os nababos.

A preocupação é tão mais grave que pode acontecer haver empregos e não haver portugueses para os ocupar. Se todos tivéssemos um bocadinho de Cristas em nós, íamos todos contentes, a rebolar nos fetos frolidos com bota de cano alto e samarra de pele de raposa, mas a maioria – ingrata – não vê senão o sexo em vez da reprodução.

Dantes, que era bom, as famílias tinham sete e dez filhos. Com a introdução do planeamento familiar e do hedonismo, acabou-se a reprodução em série. No tempo em que era tudo às escuras e se trouçava sem se ver, em colchão de sumauma ou no rebordo de cavalariça, o óvulo e o espermatozoide eram de raça lusitana. Cada tiro, cada melro. Agora, por causa do running e do empreendedorismo, decerto, os jovens portugueses acanham-se ou seguem os preceitos nada cristãos e estamos aqui na iminência de não haver portugueses que cheguem.

Há que tomar medidas. Primeiro, acabar com a electricidade a partir das onze da noite. Isto dará tempo, os três minutos habituais, para que os casais se vejam sem nada para fazer, pousem os tablets e os telemóveis, apaguem a TV e pimba. Ao fim de um mês não havia obstetra ou maternidade com vagas.

Depois, teremos que voltar ao esquema “uma sardinha para sete”, que podia ser entregue a Catarina Portas e aos seus amigos do comércio tradicional. Se em 1930 se alimentavam os putos com isto e caldo de unto, que diferença fará agora.

Problema ainda na duração do ensino: isto era pujante quando os putos faziam a quarta classe ou pouco liceu e depois iam trabalhar, para ajudar às contas da casa. O ensino devia ser obrigatório, vá, até ao sexto ano e, depois, estágios para todos.

sexo, reprodução, cerca, insectos
Camarões ou qualquer coisa parecida em cima da cerca

Outra medida pela natalidade, que pode ser tomada já, é a inversão da crescente “liberdade e igualdade” da mulher. Desde que esta saiu de casa, como sustenta o Arroja, anda para aí a perder tempo nos empregos e não tem os cuidados normais para engravidar. Isto é: pensa que é independente e pode ter vida própria. Se assim for, nenhum marido consegue dominar através do medo, da coacção e do dinheiro e elas só estão disponíveis quando quiserem. Ao contrário do que mandava a Bíblia e o dr. Salazar.

Por fim, para que acabe este drama da falta de natalidade, pode dar-se o caso de legalizar a poligamia, voltar a instituir o pai anónimo e, até, se necessário for, retirar do mercado essas demoníacas coisas que são os instrumentos auxiliares do pecado, como a pílula, os dius, os preservativos (e, se calhar, os baldes), para que, mesmo que não queiram, os casais possam espalhar-se ao comprido.

Se a vida está tão boa, tão rica, tão cheia de facilidade e oportunidades, acusemos os nossos reprodutores de egoísmo e prepotência! Entreguemos-lhe dinheiro para que fo, perdão, se juntem à natalidade! Pode ser que percebam como se faz.

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