“Não serei muleta, nem porta-voz, nem fiador de um Governo”
Marcelo Rebelo de Sousa não perdeu tempo a sair à rua como candidato presidencial e escolheu a cidade do Porto para a primeira sessão de esclarecimento numa sala afunilada no mercado Ferreira Borges, onde reuniu algumas centenas de pessoas. Momento para avisar que, se ganhar, não quer herdar um país ingovernável mas que também recusa ser “uma segunda volta das legislaturas ou uma “muleta” de um Governo.
Comunicador nato, Marcelo conviveu descontraidamente com os apoiantes mas quando chegou o momento de discursar como candidato a Belém, falou de fora para dentro da actual crise de governabilidade, a tocar no ainda presidente da República Cavaco Silva: “o Presidente da República não se pode substituir ao livre voto dos partidos, mas também não pode demitir-se do que é o seu poder constitucional. Deve agir com a rapidez possível, com a clareza desejável, com a preocupação de facilitar convergências, de viabilizar soluções estáveis, de promover governos que durem”. E rejeitou desde já a possibilidade de herdar uma situação política caótica: “nenhum país deve viver seis, sete, oito meses sem um orçamento de Estado aprovado”.
Na semana em que Cavaco Silva recebe todos os líderes dos partidos com assento parlamentar e que começa com uma reunião com o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, Marcelo Rebelo de Sousa deixa mensagens em jeito de comentários televisivos. “O Presidente da República não pode ser o porta-voz de um partido ou de uma coligação, um fiador atento venerador de um governo ou de uma maioria parlamentar absoluta ou relativa”, disse.
Já Marcelo candidato a Belém é mais taxativo: “comigo as presidenciais não serão, nem uma segunda volta das legislativas ou do governo delas saído, nem a busca de uma muleta para alcançar o que não foi obtido nas legislativas ou no governo”.
Marcelo Rebelo de Sousa dá assim os primeiros passos assumidos como candidato a Presidente da República afirmando que terá uma campanha simples, sem apoios partidários declarados e sem financiamento privado. Uma campanha também para já sem cartazes ou brindes. A Bandeira de Portugal será a marca da candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa, que devido à popularidade que tem entre os portugueses, entenderá que não precisa de muito marketing político para conquistar votos para ganhar Belém.