Tá tudo? Vidinha porreira, Benfica campeão, governo de esquerda? Trump presidente? Isso!
O patafúrdio de capachinho é o nomeado do partido Republicano (direita) para disputar a presidência dos Estados Unidos.
Esta terça de madrugada, enquanto os repórteres do Correio da Manhã registavam mais uma violação de uma idosa de 98 anos na Arrentela, o concorrente de Trump, Ted Cruz, desistiu, estendendo a passadeira vermelha ao malandrim de Nova Iorque.
O que os analistas diziam ser o candidato bufão ganhou e agora nenhum humorista se arrisca a piadolas – nem Jon Stewart, que se despediu do seu Daily Show com pena de não acompanhar a campanha, porque ia ser hilariante, deve estar com vontade de anedotas.
A última sondagem lá dos states diz que Trump já vai à frente de Hillary Clinton por dois pontos. O que temos a ver com isto? Quase tudo.
A expressão “presidente Trump” era usada até há um ano como uma piada. Não deixou de o ser, mas agora começa a não ter graça. Trump é louco e tem uma visão do mundo típica de um liberal num campo de refugiados.
Há promessas que fez que não existem: murar os EUA na fronteira com o México ou impedir a entrada de muçulmanos na América do Norte. Mas o que deve preocupar é o que Trump não diz.
O que o presidente-T vai fazer é desregular outra vez os mercados, permitir que os bancos voltem ao pré-2008, criar medidas proteccionistas que magoam a Europa e acicatar a guerra de egos com Putin, o russo.
Ora, os europeus nem de perto, nem de longe, estão preparados para a trumpada.
Os burocratas medíocres de Bruxelas não sabem responder a Trump nem imaginam como este se prepara para moldar a sociedade ao seu capachinho.
Jean Claude Juncker é um malandrim de tasca ao pé do nova-iorquino que inventou uma linha de bifes e costeletas com o seu nome.
Não há fronteira para as medidas da trumpalhada – inclusive destruir o trabalho em defesa do clima, negando o aquecimento global; ou voltar a proibir o aborto e mandar prender as mulheres violadas que queiram interromper a gravidez.
À volta do presumível presidente, que se comporta como o pequeno clube de Leicester que acaba de ganhar um campeonato de futebol na pérfida Albion, estará um séquito de loucos que apenas percebem a palavra dólar.
O Médio Oriente e os terrenos inférteis de África serão palco do braço de ferro entre Moscovo e Washington.
Milhões têm a vida em risco, com a vitória de ontem.
E não, não há exagero nenhum aqui. O Donald não tem consistência nem substância, mas tem uma vontade enorme de ficar na História.
Como outrora o pintor austríaco ou os netos da Rainha Vitória.