Com esta rápida reviravolta na crise política no Brasil, mantém-se os anteriores trâmites do pedido de destituição de Dilma Rousseff no Senado, com a votação do afastamento temporário da presidente brasileira, prevista para a próxima Quarta-feira, em plenário e, caso uma maioria simples dos 81 senadores o aprove, a presidente será automaticamente suspensa de funções por seis meses e substituída pelo vice-presidente Michel Temer.
“Aceitar essa brincadeira com a democracia seria ficar pessoalmente comprometido com o atraso do processo. Ao fim e ao cabo, não cabe ao presidente do Senado Federal dizer se o processo é justo ou injusto”, disse o presidente do Senado.
Renan Calheiros considerou a anulação da votação da Câmara dos deputados como “absolutamente intempestiva” e ainda fez questão de destacar que “o Senado já está com o processo da destituição de Dilma Rousseff há várias semanas. “Já houve leitura de autorização no plenário, instalação da comissão especial, que fez nove reuniões, totalizando quase 70 horas de trabalho”, sublinhou.
Como era de prever, a decisão de Calheiros foi amplamente criticada pelos senadores contrários ao processo. O presidente do Senado teve até que suspender a sessão por dois minutos para que os senadores protestassem.
Enquanto a sessão estava suspensa, houve alguma confusão na entrada do plenário. Os seguranças chegaram a impedir a imprensa de entrar no local, sob o argumento que o plenário estava cheio. Após um princípio de tumulto, a entrada foi novamente aberta e os jornalistas entraram na tribuna de imprensa.
Recorde-se que o presidente interino da Câmara dos Deputados, o deputado Waldir Maranhão, tinha anulado hoje pouco tempo antes, as sessões dos dias 15, 16 e 17 de Abril, quando os deputados federais aprovaram a continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Maranhão acatou assim o pedido feito pela Advocacia-Geral da União (AGU).
Waldir Maranhão assumiu a presidência após o afastamento de Eduardo Cunha do PMDB, que acolheu os argumentos do advogado-geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, por entender que ocorreram vícios no processo de votação, tornando-a nula.
Waldir Maranhão, considerado aliado do ex-presidente da Câmara dos Deputados e membro da Mesa Diretora, Eduardo Cunha, esteve na ribalta da imprensa brasileira, após votar contra o prosseguimento do processo de impeachment de Dilma Rousseff na CD. Isso porque Waldir mudou de voto em cima da hora e a atitude contrariou a orientação nacional do seu partido. Devido à sua opção de voto, o deputado chegou a ser destituído da presidência do directório estadual do partido no Maranhão.