Segundo a agência noticiosa financeira, Bloomberg, o gigante farmacêutico alemão já encetou conversações preliminares com consultores sobre a aquisição da Monsanto, avaliada em mais de 37,8 mil milhões de euros.
A Bayer, que está avaliada em 79 mil milhões de euros, já está a pensar em formas de financiar a operação, que podem incluir a venda de activos, segundo a mesma fonte. A decisão final ainda não foi tomada, sendo que a farmacêutica germânica pode igualmente optar por outros caminhos para abordar a Monsanto, nomeadamente a formação de joint-ventures.
Representantes de ambas as empresas não quiseram comentar a notícia, mas juntar a empresa que inventou a aspirina com a companhia que comercializa o Roundup pode criar um gigante de valor incalculável, com uma oferta que inclui ainda marcas como a Sivanto e sementes para colheitas de milho ou cana do açúcar.
Negócio pode salvar Monsanto de crise de receitas no sector agrícola
Segundo a Bloomberg, um negócio desta dimensão teria de ser escrutinado pelas entidades reguladoras, dado criar um player consolidado de dimensões sem precedentes na indústria de químicos agrícolas.
A Monsanto está a braços com uma crise global no seu mercado de produtos para a agricultura, na sequência da recusa da sua oferta para comprar a concorrente Syngenta no ano passado. As vendas da empresa desceram 13 por cento em Fevereiro passado, muito devido à queda dos preços do milho e da soja nos últimos três anos, o que provocou um recuo na procura de produtos ligados à agricultura.
Um negócio com a Bayer ajudaria a empresa a reduzir a sua dependência do sector agrícola, ao mesmo tempo que fortaleceria o negócio de sementes da Bayer, considerado prioritário pela empresa alemã. A Farmacêutica anunciou, no mês passado, estar a planear introduzir novas sementes de soja geneticamente modificadas no mercado brasileiro, como forma de desafiar o domínio da Monsanto naquele país.