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Terça-feira, Dezembro 24, 2024

Entre Deus e o Diabo quem foi o primeiro empreendedor?!

Paulo Vieira de Castro
Paulo Vieira de Castrohttp://www.paulovieiradecastro.pt
Autor na área do bem-estar nos negócios, práticas educativas e terapêuticas. Diretor do departamento de bem-estar nas organizações do I-ACT - Institute of Applied Consciousness Technologies (USA).

Paulo Vieira de CastroUma vez assumido o facto, o nosso herói revela-se totalmente incapaz de agir, analisar ou reflectir sobre o significado de tudo isso. A sua única preocupação foi “ Como é que irei conseguir conservar o emprego?”.

Relembro-vos, quando este é o maior dos nossos medos não há nada a perder, já não existimos, somos apenas baratas…

Foi nisso que a humanidade se transformou. Uma Civilização de Baratas incapaz de reagir perante os mais rasteiros desafios, esquecendo-se que não se nasce gente, fazemo-nos gente… Em contrapartida, a barata nasce e morre como tal. Mais, ela tem uma vantagem sobre os humanos, pode viver sem cabeça. Bem, pensando melhor, muitos entre nós também…

Samsa é a personagem principal de A Metamorfose de Franz Kafka. Estávamos em 1915. Hoje, mais de 100 anos depois, todos sabemos que não fomos, ainda, capazes de escolher as questões que nos hão-de tirar deste marasmo de ser barata… Mas, quem terá criado tal escaravelho há mais de 320 milhões de anos? Deus ou o diabo?

 

Minha empresa minha igreja

E deus e o diabo que raio têm afinal a ver com empreendedorismo, perguntar-se-ão. Desde logo, facilmente perceberemos que qualquer um deles se insere dentro da caracterização de empreendedor. Ambos se aventuram à realização de coisas difíceis ou fora do comum, sendo activos e arrojados na sua actividade.

Depois, na actualidade não será exagerado pensar que o dinheiro e a religião são instrumentos de controlo económico e social por excelência.

Infelizmente, o moderno mundo do empreendedorismo, tal qual se ensina nas nossas escolas, permite ignorar os princípios básicos destes dois líderes e empreendedores de sucesso, isto é os valores de onde partem.

Um sistema que cria empreendedores sem lhes dar tal lição, permitindo que apenas se aprenda a cuidar dos ramos, das folhas e das flores, esquecendo a necessidade de atender às raízes, é criminoso… O mesmo acontece com o sistema financeiro ou com as religiões…

E quais são as raízes da economia, dos negócios, do empreendedorismo? As pessoas e , antes disso, os valores de que partem quando tomam as suas decisões.

Costumo justificar esta afirmação dizendo que qualquer um compraria um carro em segunda mão a madre Teresa de Calcutá, isto mesmo sabendo que ela nada conhece deste negócio. Mas, teríamos igual determinação se pensássemos em alguns dos homens mais ricos de Portugal?! Esta é uma pergunta retórica, ou talvez não…

deus-diabo

 

Isto prova que há compromissos que são incontornáveis. Madre Teresa jamais arriscaria uma vida de exemplo colocando em causa valores pelos quais esteve várias vezes disposta a morrer. No futuro este será o maior activo intangível dos líderes, os princípios pelos quais estaremos dispostos a morrer.

A admiração por personagens maiores da nossa história prova a importância dos valores religiosos, filosóficos, políticos, morais e éticos sobre as mais valias financeiras.

 

Chegar antes de partir…

Está escrito nos azulejos de uma estação de metro de Lisboa, …só quando pergunto sei exactamente o que estou a dizer… O mundo só será melhor quando dermos a verdadeira importância ao perguntamento que é esta nossa existência.

Assim, o essencial nunca será obter as respostas, apenas compreender melhor as perguntas. A dúvida serve para isso mesmo, para nos dissolvermos nela; transformando-nos…

Nas nossas escolas de negócios a desesperança vem disso mesmo. Falta colocar as perguntas, isto ao invés de se partir, sempre, da resposta. Por isso, perguntemos sempre! Lembro-lhes, as perguntas mais importantes servem, unicamente, para nos dissolvermos nelas…

Ante a coragem de quem chegou cedo demais a essência do empreendedorismo está na raiz dos olhos de quem vê.

A terminar uma curiosidade. Continua à espera que eu lhe dê uma resposta à questão que deu titulo a este texto?

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