Cada vez são mais os municípios que têm vindo a aderir aos Orçamentos Participativos. Disponibilizam uma pequena parte das verbas que têm para investimento e dão aos seus cidadãos a possibilidade de escolher os projectos que devem ser financiados com esse dinheiro.
Este instrumento tem sido aproveitado por muitos portugueses para apresentarem e fazerem aprovar propostas que visam a criação de muitos equipamentos de apoio a animais de estimação.
Em Lisboa, um dos mais relevantes teve a ver com a 3ª fase de construção da Casa dos Animais, resultante do Orçamento Participativo de 2010. Três anos mais tarde, a população local aprovou, com 1432 votos, a realização de uma campanha para promoção da adopção de animais. E, este ano, entre os 189 projectos que se encontram a votação até ao próximo dia 15 de Novembro, está a criação de jardins-refúgio para gatos de rua.
Um dos problemas maiores com que se deparam os donos de animais, sobretudo os que vivem em cidades, é encontrar os locais certos para passearem o seu amigo de quatro patas. Daí que, um pouco por todo o país, tenham vindo a surgir propostas de construção de espaços adequados para o efeito. Por exemplo, em S. Pedro do Estoril (concelho de Cascais) foi inaugurado em Junho passado um parque canino, que havia sido aprovado no Orçamento Participativo de 2012. É um espaço que se procurou dotar das condições adequadas para o passeio, exercício e socialização de cães.
Um equipamento do género foi igualmente aprovado no âmbito do Orçamento Participativo lançado, em 2014, pela Freguesia de S. João da Madeira. Também no promovido pela Câmara local foi aprovada uma proposta de apoio a animais. Trata-se da construção de um albergue para cães e gatos errantes, que deverá custar cerca de 80 mil euros.
A sul também há orçamentos participativos de ‘quatro patas’. Albufeira destinou, no ano passado, pela primeira vez, uma verba do seu orçamento para este fim. Em resposta ao repto, a população local apresentou 60 propostas, das quais 20 chegaram à fase final. A mais votada acabou por ser a que prevê a construção de um Centro de Bem-Estar Animal.
Já este ano, a poucos quilómetros de distância, em Lagos, foi decidida a construção de um cemitério para animais domésticos, que custará 50 mil euros. A proposta recolheu 96 votos, ficou em terceiro lugar, e vai ser integrada no Orçamento de 2016 da autarquia local.
Mas este não foi o único cemitério para animais a ser aprovado no âmbito de um Orçamento Participativo. No Funchal, a população local também se mobilizou para que fosse possível a construção de um espaço onde possa enterrar com dignidade e continuar a lembrar os seus amigos de quatro patas.