Quinzenal
Director

Independente
João de Sousa

Quarta-feira, Dezembro 25, 2024

Presidenciais: empate técnico antes dos votos por correio

empate-austria
Com 98% das urnas apuradas, o ultranacionalista Norbert Hofer e o ecologista Alexander Van der Bellen ficaram empatados na segunda volta das eleições presidenciais deste domingo (22/05) na Áustria. O resultado final será conhecido apenas na segunda-feira (23/05), após serem apurados os quase 900 mil votos enviados por correio.

Segundo os cálculos da ORF, com margem de erro de 0,7%, Hofer e Van der Bellen terão obtido 50% dos votos cada, mas outras projecções mostram uma pequena vantagem por parte de Hofer, candidato pelo partido da Liberdade. Na primeira volta realizada no dia 24 de Abril, os votos por correio favoreceram o candidato ecologista, ex-presidente do partido Verde, que se lançou como independente.

Ambos os candidatos manifestaram surpresa pelo empate técnico e, ao mesmo tempo revelaram optimismo quanto ao resultado final.

Hofer afirmou que, “independentemente do resultado, o novo presidente terá a missão de unir um país dividido. Ainda tenho confiança”  garantiu ainda “nunca ter vivido uma noite eleitoral assim”.

Quanto a Van der Bellen afirmou estar “cautelosamente optimista”. Segundo o seu director de campanha, Lothar Lockl, “ainda há chances”.

A confirmar-se a vitória de  Nobert Hofer, engenheiro aeronáutico de 45 anos, constituirá a primeira eleição de um chefe de Estado da União Europeia de um partido de extrema-direita. A campanha eleitoral de Hofer e do seu partido, o FPÖ, deram ênfase ao slogan  “os austríacos primeiro”, com foco na defesa dos valores do país frente ao que alega serem imposições do bloco e a “ameaça dos imigrantes”.

Van der Bellen, por sua vez, defendeu uma maior união entre os países da UE, a protecção e auxílio aos refugiados e criticou a Parceria TTIP.

A disputa entre um ambientalista e um nacionalista de extrema-direita poderá ser sinal de descontentamento, por parte dos eleitores, para com os partidos de centro, que têm vindo a governar a Áustria com recurso a coligações com outras forças políticas.

Os maus resultados durante o primeiro turno para os candidatos de centro-esquerda, do partido Social Democrata — ao qual pertence o actual presidente, Heinz Fischer —, e de centro-direita, do partido do Povo, provocaram a renúncia do chanceler social democrata Werner Faymann, substituído por Christian Kern, do mesmo partido.

Jean-Claude Juncker e Martin Schulz, presidentes da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu, respectivamente, expressaram preocupação diante de uma possível vitória de Hofer, que já ameaçou dissolver o Parlamento austríaco e nomear um chanceler do seu próprio partido, caso fosse eleito.

Na Áustria, o presidente não interfere na governação, contudo tem poderes que lhe permitem revogar do governo.

Receba a nossa newsletter

Contorne o cinzentismo dominante subscrevendo a nossa Newsletter. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.

- Publicidade -

Outros artigos

- Publicidade -

Últimas notícias

Mais lidos

- Publicidade -