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Quarta-feira, Julho 17, 2024

“Formas Únicas de Continuidade no Espaço”

Guilherme Antunes
Guilherme Antunes
Licenciado em História de Arte | UNL

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Profunda solidez e marcados contornos de uma figura humana, de que não se desdenhará a ideia de máquina.

Não querendo eu desligar esta vanguarda artística da sua componente ideológica, que me parece óbvia, não tenho, por isso, simpatias pessoais pelo Futurismo.

Na perspectiva da História de Arte, este trabalho que configura muito a ideia de velocidade, tão cara ao movimento, parece-me de uma estética irrepreensível e ela, sim, um autêntico Manifesto.

Filippo Marineti foi o chefe de fila da profunda divisão cultural na Itália do inicio do século XX. O Futurismo foi um movimento que teve uma grande efervescência e que influenciou a Europa do seu tempo (breve).

Há quem defenda que esta ideia cultural não se preocupava com o aspecto da vida social e os seus problemas. Que lhes passavam ao lado, como se estivessem acima deles e deles não fizessem parte muito determinante, como mais à frente se havia de ver.

Foram amistosas, mais tarde, as relações entre esta percepção artística e uma certa visão imperial mussoliniana a caminho do fascismo imposto.

O Manifesto Futurista citava “pérolas” como estas, entre outras:

«Cantaremos o amor ao perigo, à energia constante e à ousadia…»

«Apenas na luta existe beleza. Não há obra-prima sem aspecto agressivo»

«Glorificaremos a guerra, essa higiene única para o mundo, o militarismo, o patriotismo, os feitos destrutivos dos anarquistas, as grandes ideias pelas quais se morre, e o desdém pelas mulheres…».

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