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Sexta-feira, Março 14, 2025

Portugal no “Radar” do Movimento Jihadista

José Mateus
José Mateus
Analista e conferencista de Geo-estratégia e Inteligência Económica

O actual jihadismo é, porém, algo de muito diferente de uma organização terrorista. A única semelhança está nos sinistros resultados das suas acções. Mas se, por exemplo, a Al-Qaeda dos primeiros tempos era, apesar do seu funcionamento em rede, infiltrável e/ou monitorizável, este jihadismo já o não é. Este jihadismo é um movimento, não uma organização, é aquilo que John Robb chama de “open source warfare”.

O trabalho de Robb (que foi o primeiro, desde 2004, a isolar, tipificar e qualificar as características específicas deste novo terrorismo) mostra bem como os “serviços” americanos e europeus estão impreparados e muito desarmados perante esta terrorista “open source warfare”.

jm-brave-new-warNa sequência da publicação da sua investigação (“Brave New War: The Next Stage of Terrorism and the End of Globalization”, de Abril 2007, e outros que se seguiram), Robb tem sido repetidamente orador convidado pelo DoD, por comissões especializadas do Congresso americano, pela CIA e etc., mas na Europa o seu trabalho continua a ser ainda muito pouco conhecido.

Num tempo em que o jihadista “Califado” definiu a Europa como um dos seus principais campos de batalha e fez da conquista de parte do território europeu um dos seus assumidos objectivos estratégicos, será muito prudente e proveitoso conhecer bem o pensamento deste ex-oficial das forças especiais americanas, entretanto, tornado um ‘tech-guru’ possuidor dos mais altos diplomas de Yale e um empresário de sucesso (é dele, por exemplo, a criação e desenvolvimento, em 2001, dos RSS), além, claro, do grande ‘expert’ da “open source warfare”.

Este conhecimento do trabalho de Robb é ainda mais importante e decisivo para um Estado fronteiro do Magrebe, como é Portugal (mesmo se há por aí muito quem tenha tendência a esquecê-lo e mesmo a “apagá-lo”, apenas aceitando relacionar o Magrebe com a longínqua e trágica aventura de D. Sebastião…).

Portugal, Estado fronteiro do Magrebe, é também membro desse espaço sem fronteiras que dá pelo arrevesado nome de Schenghen, sendo, portanto, uma apetecível “porta de entrada” para o continente europeu.

Se a “open source warfare” jihadista ganhar a convicção que Portugal é uma “porta de entrada” fácil para o espaço Schenghen, as coisas podem complicar-se… Muito, mesmo!

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