Tomara eu, tomaram todos nós que o mesmo se passasse com o que arde em Beirute.
O Fogo, as labaredas, as chamas loucas e descontroladas, começam lá em cima, em Águeda, desce por rios vales e florestas até Viseu, vai consumindo e consumindo até mais ao centro do país.
Beirute ferve.
Beirute arde.
Em Beirute não há amor nem poetas que resistam a tanto lume.
E eis que o lume, livre e inflamável, desce até ao Alentejo, passa ao lado da costa marítima, pois não se dá bem com a água. Com ela o fogo que arde e arde tanto que se vê, não seria campeão.
Beirute arde.
Beirute ferve.
Em Beirute os bombeiros precisam de suar muito para ganhar pouco dinheiro.
E as chamas fechando os olhos à destruição voam em liberdade até ao Algarve de onde sabe noticias das suas irmãs que, levadas ao zénite na Madeira, também dão conta do recado.
Em Beirute muito maluco declarados homens de juízo perfeito.
Em Beirute os pirómanos abundam por todos os lados. Nascem do mato.
Como?
Isto não são bairros de Beirute?
É o quêêê????? PORTUGAL?
Isto é Portugal a submeter-se a tamanha agonia?
Mas em Portugal os poetas dizem que o fogo é amor, a tal coisa que arde, sim, mas não se vê?!?!
Então, poesia, por poesia, direi que Beirute, perdão, Portugal, está perdido em cinzas de mentol.