Cavaco e Passos repetem pressão aos deputados do PS
Na posse do novo governo da coligação PSD/CDS, o Presidente da República, Cavaco Silva, repetiu que um executivo com apoio parlamentar minoritário “tem plena legitimidade constitucional para governar”, que também cumpre “costume constitucional” e que garante a “salvaguarda do superior interesse nacional”. Passos Coelho terminou o discurso de posse a dizer que “todos devem assumir as suas responsabilidades perante os portugueses, a história e o futuro. Todos, na política, na sociedade civil, na economia”.
Cavaco Silva só não repetiu o tom de crispação do discurso anterior e lembrou o que afirmou em 2009, no primeiro mandato presidencial, e quando deu posse a um governo PS minoritário liderado por José Sócrates. Cavaco manifestou uma postura aparentemente resignada com a ameaça das moções de rejeição ao executivo liderado por Passos Coelho. Resignada e abatida mas com repetidos alertas. Alertou sobre o dever de “fidelidade do Estado português aos compromissos dos tratados europeus Preservar a credibilidade externa” e os perigos da “credibilidade externa” ser afectada.
Salientou que até à posse deste governo não lhe foi apresentada qualquer solução alternativa “estável, coerente e credível”, referindo-se à alternativa de aliança à esquerda liderada pelo PS. Contudo afirmou: “ninguém está excluído seja qual for o seu quadrante político independentemente da sua orientação ideologia política”.
Pedro Passos Coelho seguiu a mensagem do Presidente da República apenas na última frase do discurso ao dizer que “ninguém deve arriscar a estabilidade dos portugueses, da história e do futuro, em nome de uma agenda ideológica e de ambições políticas pessoais ou partidárias”. Antes, o primeiro-ministro prometeu que a grande prioridade do novo executivo é o “combate às desigualdades sociais”.
Promessas que agradam necessariamente aos mais desfavorecidos e que Passos Coelho sabe que deverão durar onze dias, uma vez que é certa a moção de rejeição ao governo quando apresentar o programa no parlamento.