José Fonseca e Costa deixou-nos hoje, domingo, 1 de Novembro de 2015, aos 82 anos, vítima de uma pneumonia. O realizador faleceu no hospital de Santa Maria, em Lisboa, no que seria uma consequência de uma pré-leucemia.
Fonseca e Costa nasceu em Angola a 27 de junho de 1933. Depois de se mudar para a capital portuguesa em 1945, haveria de estudar Direito na Universidade de Coimbra, em 1951, acabando, no entanto, de desistir em virtude da sua paixão pelo cinema.
Em 1958 concorre a um posto de assistente de realização na recém-criada RTP, e apesar de ter sido classificado em primeiro lugar, a PIDE acaba por o impedir de aceitar esse trabalho. Dois anos depois, as suas convicções políticas incómodas para o Estado Novo acabam por interpor-se e vê recusada uma bolsa de estudo do Fundo do Cinema Nacional para estudar em Inglaterra. Viaja em 1961 para Itália, conseguindo um estágio para trabalhar com Antonioni no filme O Eclipse.
De regresso a Portugal em 1964 realiza diversos trabalhos publicitários e estreia-se no longo formato com O Recado, em 1971, bem como Kilas, o Mau da Fita (1981), um dos maiores êxitos de bilheteira do cinema português – A Mulher do Próximo (1988) ou Cinco Dias, Cinco Noites (1996).
José Fonseca e Costa acabaria por ser um dos sócios fundadores do Centro Português de Cinema, um dos pioneiros do movimento Novo Cinema português, dirigente da Associação de realizadores de Cinema e Audiovisuais e presidente da Tóbis Portuguesa.
Começou com o documentário e terminou com o documento apaixonado Os Mistérios de Lisboa or What the Tourist Should See, de 2009, adaptando o guia de viagem que o poeta Fernando Pessoa escreveu em 1925 sugerindo aos turistas uma descoberta da capital portuguesa, intercalando excertos de Álvaro de Campos.