Exigem respostas urgentes e responsabilizam o Governo de Passos e Portas pela degradação do sector.
“Fartos de promessas e desculpas”, asseguram que durante os últimos cinco anos a oferta piorou: aumentaram os preços, reduziram-se ligações e carreiras e baixou a fiabilidade. “Os transportes públicos transformaram-se num caos por culpa de um governo (PSD/CDS) que quis destruir todos os serviços públicos e transformá-los em negociatas à custa dos utentes e do Estado”, acusam trabalhadores e utentes.
Falta de pessoal, desinvestimento continuado, estações ao abandono, menos barcos e comboios. Assim continua a descrição. Faltam funcionários na Carris, na Transtejo, na Soflusa, na CP e na EMEF. Ainda nas áreas comerciais e na manutenção. Só no Metropolitano de Lisboa estão 18 comboios parados à espera de peças. Este é o relato que pode ler-se no documento distribuído pela Comissão de Utentes dos Transportes de Lisboa.
“Profunda degradação”
Também a Fectrans (Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações), que apoia a acção de protesto da Comissão de Utentes, critica as “bonitas declarações” que têm sido proferidas na semana da mobilidade. “Continuam a faltar as medidas efectivas para melhorar o serviço prestado pelas empresas públicas”, lamenta.
“ É urgente criar uma boa rede de transportes públicos, com extensa cobertura, elevada frequência horária e economicamente acessível e isto só pode ser conseguido assente em fortes empresas públicas, com forte intervenção dos Estado”, acrescenta a Fectrans.
Em comunicado conjunto, utentes e trabalhadores responsabilizam o anterior governo pela degradação do sector que, alegam, tinha como objectivo a privatização das empresas. Mas o Executivo de António Costa não está imune aos ataques. “ Está a dar-se continuidade aos objectivos do anterior Governo!”, frisam ao criticarem as promessas e o adiamento de «soluções urgentes» com a desculpa das «pressões externas».
“A administração do Metro, com a complacência e passividade da Câmara Municipal de Lisboa e do actual Governo, não só não dá resposta positiva às justas e antigas reivindações dos utentes e trabalhadores, como vem agravando as condições e os problemas no serviço prestado”, finaliza o comunicado.
Esta semana, foi ainda entregue ao ministro das Finanças, uma carta aberta, onde as organizações representativas dos trabalhadores, juntamente com a Comissão de utentes, reivindicam melhores transportes públicos.